CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672371
Oral Presentation – Peripheral Nerve
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Resultado funcional da transferência do nervo massetérico para o nervo facial: análise de vinte casos

Wilson Faglioni Júnior
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
André Ribeiro dos Santos
2   Faculdade de Medicina UniBH
,
Marco Aurélio Vieira Couto
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Marcos Antônio Dellaretti
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Breno Bezzera Arruda Câmara
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Renata Ferreira de Souza
1   Santa Casa de Belo Horizonte
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A lesão traumática do nervo facial é um desafio para o cirurgião devido ao distúrbio estético e funcional resultante. As causas traumáticas mais comuns são os traumatismos do osso temporal e as lesões iatrogênicas durante a ressecção de schwannomas do nervo vestibular. A transferência do nervo hipoglosso para o nervo facial é a técnica consagrada para reabilitação da movimentação da face, porém está associada com algum grau de disfunção da língua, independentemente da técnica utilizada. Além disso, a movimentação espontânea da face é raramente alcançada sem o movimento concomitante da língua. A transferência do nervo massetérico para o nervo facial é uma opção para reabilitação dos movimentos da face. Tem como vantagem a ausência de disfunção da língua, grau de complexidade e tempo cirúrgico menores em relação à transferência hipoglosso-facial. Porém, também apresenta dificuldade na automatização dos movimentos, sendo que a movimentação facial espontânea é raramente alcançada.

    Objetivo: Análise de vinte casos operados na Santa Casa de Belo Horizonte, dos resultados funcionais de vinte transferências massetérico-facial, no que tange à evolução pós-operatória da escala de House-Brackmann e quanto à automatização dos movimentos faciais.

    Metodologia: Foram avaliados retrospectivamente vinte casos de transferências massetérico-facial, operados pelo mesmo cirurgião. Os casos foram seguidos por no mínimo 18 meses. A escala de House-Brackmann foi aplicada no pré-operatório e após 18 meses do procedimento. Foi avaliada, em filmagens, a ocorrência ou não de automatização da movimentação da mímica facial. Como resposta satisfatória, foram admitidos valores acima de 3 pontos na escada de House-Brackmann.

    Resultados: Doze pacientes apresentavam, no pré-operatório, 5 pontos na escala de House-Brackmann; e oito pacientes apresentavam 6 pontos. No pós-operatório, dois pacientes apresentavam 6 pontos na escala de House-Brackmann, dois apresentavam 4 pontos, dez apresentavam 3 pontos, e quatro apresentavam 2 pontos. Setenta por cento de resultados satisfatórios foram encontrados. Apenas um paciente apresentou sinais de automatização dos movimentos faciais, mesmo que incipiente.

    Conclusão: A transferência do nervo massetérico para o nervo facial apresenta bons resultados, similares àqueles encontrados na transferência hipoglosso-facial. Não há automatização, consistente, do movimento facial na grande maioria dos casos.


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