CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672385
Oral Presentation – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Valor prognóstico do escore de Rotterdam no pós-operatório de hematoma subdural agudo (HSDA)

Louise Makarem Oliveira
1   Universidade Federal do Amazonas
,
Natanael Martins Gomes
2   Universidade do Estado do Amazonas
,
Felipe Régis Cavalcante Uchoa
2   Universidade do Estado do Amazonas
,
Sérgio Augusto Barbosa de Farias
2   Universidade do Estado do Amazonas
,
Walderico Silva Filho Machado
2   Universidade do Estado do Amazonas
,
Manoel Jacobsen Teixeira
3   Universidade de São Paulo
,
Franklin Reis
1   Universidade Federal do Amazonas
,
Wellingson Silva Paiva
3   Universidade de São Paulo
,
Robson Luís Oliveira de Amorim
3   Universidade de São Paulo
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    O escore de Rotterdam é baseado em um modelo preditivo que avalia dados tomográficos de pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico. Seu potencial preditor é alto na determinação de mortalidade e no prognóstico. Portanto, neste trabalho, pretendemos avaliar se o escore de Rotterdam, quando avaliado no pós-operatório, mantém seu potencial preditor em uma coorte de pacientes com HSDA. A partir de um banco de dados com coleta prospectiva, foram selecionadas vítimas de traumatismo cranioencefálico, no período de 2012 a 2015, que apresentavam como principal lesão intracraniana o hematoma subdural agudo. A partir dos dados tomográficos, foram determinados a classificação de Marshall e o escore de Rotterdam na admissão, assim como o escore de Rotterdam no pós-operatório. As variáveis dependentes escolhidas foram: mortalidade em 14 dias e mortalidade hospitalar. Foram realizados o teste do qui-quadrado ou teste de Fisher para avaliar a associação das variáveis tomográficas. A regressão logística foi feita na sequência, assim como as curvas ROC. A análise foi realizada no programa Stata 12.0. Foram identificados 116 pacientes que tinham o hematoma subdural agudo como principal lesão intracraniana, e 94 foram submetidos ao tratamento cirúrgico. Dos pacientes operados, 81,9% eram do sexo masculino, e a média de idade, de 49,2 +− 18,7 anos. A mediana da ECGl foi de 6 (p25 = 3, p75 = 9). Dos pacientes, 69,3% foram vítimas de mecanismo de trauma de alta energia cinética. A escala de Marshall de admissão não apresentou associação com a mortalidade em 14 dias (p = 0,41). O escore de Rotterdam da admissão associou-se com mortalidade em 14 dias (p = 0,01) e mortalidade hospitalar (p = 0,004). O escore de Rotterdam manteve seu potencial preditor no pós-operatório para mortalidade em 14 dias (p = 0,004) e mortalidade hospitalar (p = 0,001). O escore de Rotterdam máximo no pós-operatório foi de 5, havendo mortalidade hospitalar de 100% nesses pacientes. Os escores de Rotterdam de admissão e pós-operatório se mantiveram preditores independentes de mortalidade hospitalar; porém, apenas o escore pós-operatório foi preditor independente de mortalidade precoce (p = 0,01). A área sob a curva foi encontrada para o escore de Rotterdam pós-operatório como preditor de mortalidade hospitalar (AUC = 0,71). Conclusão: este estudo demonstrou que o escore de Rotterdam no pós-operatório mantém seu potencial preditor de mortalidade em 14 dias e mortalidade hospitalar.


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    No conflict of interest has been declared by the author(s).