CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672387
Oral Presentation – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Monitoração da pressão intracraniana após craniectomia descompressiva: experiência de um centro de referência neurocirúrgico

Luciano Silveira Basso
1   Hospital Cristo Redentor
,
Guilherme Finger
1   Hospital Cristo Redentor
,
Willian Pegoraro Kus
1   Hospital Cristo Redentor
,
Carla Bittencourt Rynkowski
1   Hospital Cristo Redentor
,
Samir Cezimbra dos Santos
1   Hospital Cristo Redentor
,
Felipe Lourenzon Schiavo
1   Hospital Cristo Redentor
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A monitoração da pressão intracraniana (PIC) é uma ferramenta usual no manejo dos pacientes com hipertensão intracraniana (HIC). Sendo a craniectomia descompressiva (CD) a última opção terapêutica nos pacientes com HIC refratária, é questionado o benefício da monitoração da PIC após esse procedimento.

    Objetivo: Analisar o comportamento da PIC bem como o desfecho dos pacientes após a CD em um centro de referência neurocirúrgico.

    Método: Revisão de uma série de casos de pacientes submetidos a CD que tiveram sua PIC monitorada após esse procedimento, entre janeiro de 2015 e outubro de 2017, no Hospital Cristo Redentor.

    Resultado: Tiveram a PIC monitorada, após CD, 17 pacientes. A média de idade foi de 44 anos, e 70,5% eram do sexo masculino. A doença de base foi traumatismo cranioencefálico (58,8%), AVC isquêmico (23,5%) e AVC hemorrágico (17,7%). O tempo médio de monitoração da PIC foi de 5,1 dias. A média de PIC foi de 11 mmHg e da pressão de perfusão cerebral (PPC), de 78 mmHg. A PIC apresentou valores > 20 mmHg em 35,3% dos casos, em média por 18 horas. A PPC apresentou valores < 60 em 64,7% dos casos, com uma média geral de 8,6 horas abaixo desse valor. Entre as medidas de manejo, 70,5% utilizaram noradrenalina; 64,7%, solução salina hipertônica; 29,4%, propofol; 17,6%, manitol; e 17,6%, tiopental. O tempo médio de permanência na UTI foi de 21 dias e hospitalar, de 39. Obtiveram desfecho favorável, considerando como critério a escala de mRankin < 3, 23,5% dos pacientes. A mortalidade hospitalar foi de 29,4%.

    Conclusão: Apesar de a monitoração da PIC após a CD não ser um procedimento rotineiro, para casos selecionados, contribui para manejo adequado do paciente. Salientamos a importância de atenção à PPC, e não apenas à PIC, nesse manejo.


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    No conflict of interest has been declared by the author(s).