CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672392
Oral Presentation – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Menor duração média de trânsito e maior fluxo sanguíneo cerebral no pré-operatório estão associados a um melhor prognóstico em pacientes submetidos a craniectomia descompressiva devido a acidente vascular encefálico isquêmico?

Anny Reis Mello de Souza
1   Universidade do Estado do Amazonas
,
Wellingson Silva Paiva
2   Universidade de São Paulo
,
Edson Bor-Seng-Shu
2   Universidade de São Paulo
,
Gabriel Scarabôtolo Gattás
2   Universidade de São Paulo
,
Manoel Jacobsen Teixeira
2   Universidade de São Paulo
,
Almir Ferreira de Andrade
2   Universidade de São Paulo
,
Sérgio Augusto Barbosa de Farias
1   Universidade do Estado do Amazonas
,
Robson Luís Oliveira de Amorim
2   Universidade de São Paulo
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A craniectomia descompressiva (CD) tem sido a primeira escolha de tratamento para o acidente vascular encefálico isquêmico. Recentemente, estudos com TC de perfusão avaliando a hemodinâmica cerebral identificaram haver melhora do padrão hemodinâmico após a CD. No entanto, a identificação de padrões hemodinâmicos no pré-operatório, que pode ajudar a identificar aqueles que irão evoluir com um pior prognóstico, ainda não foi adequadamente avaliada.

    Objetivos: Identificar a existência de marcadores hemodinâmicos pré-operatórios avaliados pela TC de perfusão que podem estar associados com o prognóstico funcional em pacientes submetidos à CD.

    Métodos: Estudo de coorte prospectivo, no período de 2008 a 2013, avaliou pacientes submetidos a craniectomia descompressiva por acidente vascular encefálico isquêmico. Foram avaliados os parâmetros da TC de perfusão: a duração média de trânsito (DMT), o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) e o volume sanguíneo cerebral (VSC). O desfecho primário utilizado foi a mortalidade em 6 meses, e o desfecho secundário foi o prognóstico funcional pela escore de Rankin, dicotomizado em favorável (1–3) e não favorável (4–6).

    Resultados: Dos 33 pacientes, 61% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 50,9 +−13,2 anos. A DMT no pré-operatório foi significativamente menor nos pacientes vivos (8,11 versus 9,26 s, p = 0,01), assim como o FSC foi significativamente maior nestes pacientes (25 versus 20,9 mL/min/100 g). Com relação ao prognóstico funcional, a DMT foi significativamente menor nos pacientes com prognóstico favorável (7,9 versus 9,1 s, p = 0,03), e o FSC foi significativamente maior também nos que apresentaram melhor prognóstico funcional (26,4 versus 21,3 mL/min/100 g, p = 0,01). Não houve diferença com relação ao VSC e mortalidade ou prognóstico funcional.

    Conclusões: Tanto a DMT quanto o FSC pré-operatório parecem estar associados com a mortalidade e com o prognóstico em pacientes submetidos à craniectomia descompressiva decorrente de acidente vascular encefálico isquêmico.


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    No conflict of interest has been declared by the author(s).