CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672497
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Síndrome do ápice orbitário associado a traumatismo craniano: um relato de caso

Thomas Dominik de Souza dos Reis
1   Universidade Federal do Ceará
,
Thomas Diminik de Souza dos Reis
1   Universidade Federal do Ceará
,
Monallisa Amanda Ximenes Mesquita dos Santos
1   Universidade Federal do Ceará
,
Wylston de Moraes Caldas Filho
1   Universidade Federal do Ceará
,
Mateus Aragão Esmeraldo
1   Universidade Federal do Ceará
,
Cláudio Henrique de Souza Moreira
1   Universidade Federal do Ceará
,
José Ribamar Fernandes Filho
1   Universidade Federal do Ceará
,
Keven Ferreira da Ponte
1   Universidade Federal do Ceará
,
Gerardo Cristino Filho
1   Universidade Federal do Ceará
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A síndrome do ápice orbital (SAO) é uma entidade rara pertencente às síndromes de oftalmoplegia e caracteriza-se por ptose, proptose, oftalmoplegia interna e externa, prejuízo funcional da primeira divisão do nervo trigêmeo (nervo oftálmico) e graus variados de diminuição da acuidade visual. As principais causas de SAO são orgânicas, como processos inflamatórios, massas tumorais e vasculares, sendo muito rara sua associação com traumas. O diagnóstico é puramente clínico, sendo estabelecido quando os pares cranianos (II, III, IV, V e VI) assim como a artéria oftálmica são afetados, exames de imagem como Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética também auxiliam.

    Caso: Paciente A.A.S. deu entrada na Emergência da Santa Casa de Misericórdia de Sobral vítima de acidente automobilístico, colisão carro-carro, de alta cinética, apresentando franca rinorragia, Glasgow 11 (O-1/V-4/M-6), edema frontal e cervical direito, além de hematoma palpebral bilateral e amaurose. Internado na UTI por 9 dias, onde permaneceu com cefaleia holocraniana intensa, paralisia da motricidade ocular extrínseca (MOE), persistência do hematoma palpebral bilateral e amaurose, além de ptose palpebral bilateral. Encaminhado ao Setor de Neurologia, persistiu com o quadro supracitado, revelando melhora da acuidade visual, evoluindo com turvação visual e perda da classificação de cores. Após isso, recebeu alta hospitalar no dia 24 de janeiro de 2017, em manutenção do quadro clínico. Dia 30 de janeiro de 2017, retornou à emergência com história de rebaixamento do sensório, febre e rigidez de nuca, sendo novamente internado. Seguiu com melhora do quadro, mas apresentava paralisia da MOE, ptose palpebral bilateral e melhora da acuidade visual, evoluindo com visão monocular preferencial. Exame oftalmológico não foi realizado, pois não havia outras queixas que justificassem o mesmo. Paciente nega cirurgias prévias, traumas, TCE e transfusões anteriores. Paciente sem histórico de infecções recentes, doenças venéreas e alergias.

    Conclusão: A SAO é uma complicação extremamente rara no contexto individual e associado ao TCE, sendo as imagens de TC elementos comprobatórios da natureza traumática da lesão e consequentemente, seu prognóstico mais reservado. Medidas como fisioterapia ocular e uso de sintomáticos, bem como o acompanhamento oftalmológico são necessários e essenciais para melhora do quadro de imobilidade. Paciente recebeu alta hospitalar e segue em acompanhamento ambulatorial.


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