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DOI: 10.1055/s-0038-1672571
Cisto de Tarlov: tratamento com impacto na qualidade de vida
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação de caso: Paciente feminina de 27 anos, sem comorbidades prévias, lombalgia com 3 anos de evolução. Apresentou piora da dor, com irradiação para membro inferior esquerdo, sem território radicular específico. Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de coluna lombar com evidencia de protusão discal L5–S1, além de presença de lesão cística perineural sacral, nível S2–S3 à esquerda. Inicialmente, optou-se pelo tratamento conservador. Após quatro semanas, evoluiu com síndrome de cauda equina e paresia em membro inferior esquerdo. Nova RNM de coluna torácica e lombossacra, com aumento do diâmetro da lesão cística perineural. Eletroneuromiografia de membros inferiores (MMII) que evidencia lesão desmielinizante em membros inferiores. Submetida a laminectomia sacral com ressecção de cisto perineural sacral, sem intercorrências. Apresentou boa evolução pós-operatória, referindo melhora da dor e parestesia, apresentando ainda ao longo dos dias melhora no controle esfincteriano, da constipação e da força muscular.
Discussão: O cisto perineural, ou cisto de Tarlov, acomete cerca de 5% da população, sendo mais predominante em mulheres. É um cisto meníngeo tipo 2, que contem liquor e tecido nervoso em seu interior. Geralmente é encontrado na região sacral, distal ou na inserção da raiz dorsal no gânglio dorsal. Na maioria dos casos são achados incidentais e assintomáticos. Contudo, podem cursar com compressão da raiz adjacente causando sintomas como dor radicular, alterações sensitivas em gluteo, região perineal ou extremidade dos membros inferiores. O diagnóstico é feito com RM de coluna sacra contendo os forames vertebrais, que são mais laterais e podem não aparecer em estudo radiológico de linha media. O diagnóstico e tratamento tardios podem levar a sequelas, como parestesia e dor neuropática.
Conclusão: Apesar de diagnóstico e tratamento tardios em boa parte dos casos, é possível boa resposta terapêutica.
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