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DOI: 10.1055/s-0038-1672598
Relato de caso: hematoma epidural espinhal espontâneo na faixa etária pediátrica com reversão completa do déficit após tratamento cirúrgico
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação de caso: Paciente, 2 anos, masculino, branco, há cerca de 30 dias da internação apresentou quadro de dor abdominal, sendo diagnosticado com infecção do trato urinário e tratado com melhora clínica. Um dia antes da internação pela pediatria evoluiu com paraparesia progressiva. No momento da avaliação, o paciente apresentava paraplegia crural, com hiporreflexia em membros inferiores e reflexo cutaneoplantar indiferente bilateralmente. Não havia história de trauma vertebral, doença prévia ou relato de uso de medicações. Submetido à Ressonância Magnética 5 dias após admissão hospitalar que evidenciou hematoma epidural torácico. Acionada Equipe de Neurocirurgia que indicou descompressão medular de emergência – realizada cirurgia para drenagem de hematoma epidural torácico no mesmo dia. Paciente evoluiu com melhora parcial da função motora logo após a cirurgia e com resolução total do déficit com 4 meses de pós-operatório.
Discussão: Os hematomas epidurais espinhais são uma causa rara de disfunção neurológica, estando diversos fatores envolvidos em sua etilogia como traumas, desordens de coagulação, terapia antiplaquetária, malformações arteriovenosas e cirurgia. Define-se como hematoma epidural espinhal espontâneo (HEEE) aquele no qual não há história de trauma, manipulação ou cirurgia prévia da coluna vertebral. Os HEE representam 0,3% a 0,9% das lesões que ocupam o espaço epidural do canal vertebral. É dividido em dois grupos: idiopático e com fatores predisponentes. Na infância, as causas mais frequentes de HEE são coagulopatias e malformações vasculares. A forma idiopática representa de 40 a 52% dos HEEE. E sua incidência é estimada em 0,1:100.000 hab/ano. A origem mais provável do sangramento é a rede venosa do plexo venoso vertebral interno. O diagnóstico inicial é difícil, havendo como diagnósticos diferenciais: abscesso espinhal, tumor, isquemia medular, mielite transversa e doença discal aguda. Entretanto, faz-se necessária a confirmação o mais rápido possível. Visto que a evolução e os resultados clínicos obtidos nesta grave patologia dependem do tempo entre os sintomas e o tratamento, passando por um diagnóstico difícil e incomum.
Comentários finais: O presente trabalho apresenta um caso de um hematoma epidural espinhal espontâneo em um paciente na faixa etária infantil tratado cirurgicamente com regressão total dos sintomas. E visa chamar atenção para esta rara patologia, bem como destacar a importância do diagnóstico e tratamento precoce.
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