CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672685
E-Poster – Infection
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estudo piloto das alterações do líquor em um modelo de neurocisticercose extraparenquimatosa experimental

Aderaldo Costa Alves Junior
1   Unesp
,
Miguel Ossuna
1   Unesp
,
Diego Generoso
1   Unesp
,
Gisele Kammer Silva
1   Unesp
,
Pedro Tadao Hamamoto-Filho
1   Unesp
,
Regina Kiomi Takahira
1   Unesp
,
Marco Antônio Zanini
1   Unesp
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A Neurocisticercose (NCC) é a doença parasitária mais comum do SNC, e é considerada um problema de saúde pública em diversos países do mundo, incluindo o Brasil. A síndrome liquórica da NCC é um conceito bem definido na literatura e foi classicamente descrita em 1940 por Lange. As alterações do liquor em decorrência da doença incluem pleocitose, hiperproteinorraquia e eosinofilia. A maioria dos modelos experimentais de NCC publicados reproduz a forma parenquimatosa da doença – poucos modelos estudaram a forma extraparenquimatosa, e poucos realizaram análise de liquor.

    Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo analisar as alterações de liquor de coelhos com NCC induzida em laboratório.

    Método: Foram estudados três coelhos machos: em um deles foi realizada punção suboccipital e inoculados 50 cistos de T. crassiceps na cisterna magna; no segundo animal, uma solução com antígenos obtida por meio da sonicação dos cistos foi inoculada da mesma forma; no último animal não houve qualquer inoculação (sham). Os animais foram observados por até 22 semanas, sendo realizadas três coletas de liquor em momentos distintos para análise laboratorial (bioquímica e celularidade).

    Resultados: No coelho não submetido a inoculações, os valores de proteínas (17,6 mg/dL) e a contagem de células (0) foram semelhantes aos encontrados na literatura. O animal no qual foram inoculados cistos apresentou um aumento importante na concentração proteica após 6 semanas de observação (48,1 mg/dL), com valores decrescentes e normais após 11 (27,6 mg/dL) e 22 semanas (18,5 mg/dL). A celularidade também seguiu o mesmo padrão (12/0/0). Já o animal submetido à inoculação por antígenos apresentou padrão semelhante nas variações de concentração proteica (38,6/34,8/25,9) e celularidade (2/1/0), porém, as alterações foram observadas de modo mais precoce (análise em 2, 3 e 15 semanas).

    Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que a presença de cistos de T. crassiceps no espaço subaracnóideo de coelhos promove alterações bioquímicas e na celularidade do liquor dos animais, de modo similar ao observado em humanos. A presença dos antígenos parece levar a alterações semelhantes de modo mais precoce. O modelo experimental estudado parece apresentar boa reprodutibilidade e deve ser confirmado com amostra maior.


    #

    No conflict of interest has been declared by the author(s).