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DOI: 10.1055/s-0038-1672759
Diagnóstico pós-operatório de um linfoma difuso de células B mimetizando meningioma
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação de caso: Paciente feminino 48 anos, previamente hipertensa, admitida no pronto-socorro com queixa de formigamento em hemiface esquerda e membro superior esquerdo há 3 horas, sem outras alterações ao exame neurológico. Tomografia computadorizada (TC) de crânio com formação expansiva extra-axial, hiperatenuante, com significativo realce após a administração de contraste e ampla base dural, de localização frontoparietal direita, associada a espessamento da tábua interna sobrejacente. Mede 4,2 × 3,9 × 2,3 cm (CP × AP × LL), desvio da linha mediana de 0,3 mm para esquerda. Ressonância magnética (RNM) do encéfalo com formação expansiva extra-axial, hipo/isossinal em T1 e T2, realce após a administração de contraste e ampla base dural, associada a espessamento paquimeníngeo locorregional. Laudo radiológico sugestivo de lesão com origem meningotelial (meningioma). Realizada craniotomia, com aspecto intraoperatório sugestivo de meningioma e ressecção Simpson I. Análise histopatológica da lesão, associada ao painel imuno-histoquímico, compatível com linfoma difuso de grandes células B.
Discussão: Linfomas não Hodgkin (LNH) correspondem a cerca de 2–7% dos tumores intracranianos primários. Em muitos casos, são diagnósticos de difícil suspeição. Entre os LNH que acometem o sistema nervoso central, o linfoma difuso de células B (LDB) é o mais comum, podendo chegar a 90–95% dos LNH. A apresentação clinica é heterogênea; nos imunocompetentes, é comum uma lesão única com captação homogênea de contraste; já nos imunocomprometidos, frequentemente é visto a presença de múltiplos focos. Em ambos grupos, são tumores mais frequentemente supratentoriais. Na TC ou RNM, o LDB apresenta captação difusa do contraste; sendo iso-hipodenso na TC, hipoisointenso na ponderação T1 da RNM e iso-hipointenso no T2 da RNM. O sítio de implantação meníngea e espessamento ósseo perilesional é incomum nos LNH, o que dificulta o diagnóstico diferencial com o Meningioma. Atrasar o diagnóstico etiológico definitivo invariavelmente determina um planejamento terapêutico inicial inadequado com consequente retardo no tratamento dirigido a lesão.
Comentários finais: O caso relatado ilustra a importância em incluir no diagnóstico etiológico diferencial dos tumores supratentoriais com implantação meníngea o grupo dos LNH, particularmente os LDB, a despeito da sua menor prevalência.
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