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DOI: 10.1055/s-0038-1672788
Craniotomia com paciente acordada para ressecção de astroblastoma em mulher jovem: relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação de caso: Paciente do sexo feminino, 19 anos, apresentou cefaleia intensa holocraniana de instalação insidiosa associada a perda da fluência verbal e hemiparesia proporcionada no dimídio direito. Tomografia computadorizada (TC) de crânio com contraste e ressonância magnética (RM) de encéfalo com contraste evidenciaram lesão expansiva frontal esquerda sólido-cística próximo à área motora primária. Foi submetida à microcirurgia para ressecção tumoral acordada, com mapeamento cerebral intraoperatório, evoluindo satisfatoriamente. Recidiva tumoral em cerca de três meses, com nova abordagem cirúrgica, seguida de radioterapia e quimioterapia adjuvantes. Manteve acompanhamento ambulatorial regular, com exames de imagem seriados, sem sinais de recidiva de doença. Após 24 meses da segunda cirurgia, RM de encéfalo evidenciou nova recidiva local, além de nova lesão expansiva extra-axial junto à clinoide anterior esquerda. Esta lesão apresentou rápido aumento de volume em período de 3 semanas. A paciente foi submetida a ressecção microcirúrgica de ambas as lesões, sem intercorrências. Recebeu alta com hemiparesia grau I braquiocrural direita, ptose palpebral esquerda, perda da fluência verbal e formando frases simples com dificuldade. Os sintomas apresentaram discreta melhora evolutiva.
Discussão: Os astroblastomas são tumores neuroepiteliais de apresentação rara e origem incerta. Em geral, apresentam-se no hemisfério cerebral de adultos jovens e ocasionalmente em crianças. Representam em torno de 0,45 a 2,8% de todas as lesões expansivas neoplásicas cerebrais. À macroscopia são bem delimitados, sendo que à microscopia apresentam características bem definidas, como as psesudorosetas e hialinização perivascular. O termo astroblastoma denota um comportamento bimodal, ora sugerindo astrocitomas, ora gliomas de alto grau, e cuja gênese acredita-se ser derivada de uma célula que está em fase intermediária de desenvolvimento. Quando de alto grau, são de pior prognóstico com crescimento rápido e com potencial para recidivas. Neste caso o tratamento deve incluir a máxima ressecção do tumor e associar a radioterapia.
Comentários finais: Os astroblastomas são tumores raros. Sua apresentação radiológica apresenta dificuldades na identificação. Os tumores de alto grau devem ser tratados com ressecção total associada à radioterapia, dada a agressividade destas lesões.
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