CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672825
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Breve série com perfil de hemangioblastomas

Jan Araujo Cabral
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Rafael Costa Lima Maia
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Osvaldo Pereira da Costa Sobrinho
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Lucas Alverne Freitas de Albuquerque
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Stelio da Conceição Araujo Filho
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Edson Lopes Junior
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Sergio Luis Vale De Melo
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Lara Raissa Cavalcante Malveira
1   Hospital Geral de Fortaleza
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: Hemangioblastomas são tumores bem vascularizados, permeados por densa rede de capilares, características benignas bem definidas, e origem histológica incerta. Representam cerca de 7% das neoplasias de fossa posterior, e cerca de 1,1% a 2,4% das intracranianas de maneira geral, com predomínio masculino e diagnóstico por volta dos 45 anos de idade. Nosso país é carente de séries sobre essa neoplasia.

    Objetivo: Expor dados sobre incidência e apresentação clínica em pacientes com hemangioblastomas.

    Metodologia: Foram revistos 627 casos de tumores cerebrais operados em nosso serviço entre 2014 e 2016, sendo encontrados 16 pacientes com diagnóstico de hemagioblastoma (2,9% do total), e incluídos estes no presente estudo. Foram analisados dados epidemiológicos, radiológicos e clínicos.

    Resultados: Houve predominância do sexo masculino (68,7%) e a média de idade ao diagnóstico foi de 46,1 anos, variando de 20 a 73 anos. Os sintomas mais comuns foram cefaleia (presente em 75%), tontura (37,5%), alteração de visão (25%), do nível de consciência (18,7%) e da marcha (12%). A média de tempo cursando com os sintomas (antes do internamento) foi de 98 dias. Quanto à topografia, em 12 pacientes (75%) a lesão se localizava no cerebelo (com predomínio do lado direito), dois no tronco encefálico e dois no compartimento supratentorial (lobo parietal). Hidrocefalia foi encontrada em 50% dos pacientes na admissão. Como desfecho, 16 pacientes (25%) dos pacientes foram a óbito no período do estudo.

    Conclusão: Na nossa casuística, chama atenção a mortalidade alta de 25% dos pacientes, sendo que todos que foram a óbito foram submetidos a derivação liquórica pré-operatória devido à hidrocefalia – embora sejam necessárias casuísticas maiores e análises mais rigorosas, é possível apontar essa comorbidade como grande determinante no prognóstico desses pacientes. Os dados epidemiológicos (incidência, sexo e idade dos pacientes) estão bem próximos ao da literatura, porém tivemos achados atípicos quanto à topografia, com nada menos que 12,5% lesões supratentoriais. Acreditamos que tais dados possam contribuir para construção de um perfil desses pacientes, possibilitando o melhor entendimento e manejos desses pacientes em nossa região e no país.


    #

    No conflict of interest has been declared by the author(s).