CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672841
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Análise da abordagem endoscópica em pacientes com craniofaringioma

Jucilana dos Santos Viana
1   Universidade do Estado do Rio de Janeiro
,
Flavio Nigri
1   Universidade do Estado do Rio de Janeiro
,
Felipe Goncalves de Carvalho
1   Universidade do Estado do Rio de Janeiro
,
Alessandro Almeida de Abreu
1   Universidade do Estado do Rio de Janeiro
,
Daniel Ferreira Spindola
1   Universidade do Estado do Rio de Janeiro
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: Craniofaringiomas são tumores benignos derivados de células remanescentes da bolsa de Rathke ao longo da linha nasofaríngea do diencéfalo. São raros e acometem principalmente a população pediátrica. Estão localizados na região selar e suprasselar, onde comprimem ou infiltram o tecido nervoso adjacente. Apresentam-se com hipertensão intracraniana, distúrbios endócrinos e visuais. Apesar de serem histologicamente benignos, possuem um curso maligno em virtude de sua localização, o que faz sua abordagem terapêutica ser um desafio para o neurocirurgião.

    Objetivo: Analisar uma série de casos de pacientes com craniofaringioma tratados com neuroendoscopia por uma mesma equipe neurocirúrgica.

    Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realizado por meio da análise de prontuários de uma série de casos com diagnóstico histopatológico de craniofaringioma. Esta série é composta por oito pacientes submetidos à neuroendoscopia, com média de idade de 25,5 anos (5–62 anos).

    Resultados: Em todos os casos, verificou-se a presença de lesões grandes com invasão hipotalâmica e hidrocefalia ao diagnóstico. Destes, 3 casos foram tratados com endoscopia e radioterapia; 2 casos, apenas com endoscopia; 2 casos com craniotomia, endoscopia e radioterapia; e 1 caso, com craniotomia e endoscopia. Em 5 casos houve controle da hidrocefalia com neuroendoscopia, sem necessidade de implantação de derivação ventriculoperitoneal. Quanto aos distúrbios visuais, 2 casos apresentaram melhora após neuroendoscopia, 2 casos não tiveram mudança do quadro prévio, 1 não pôde ser avaliado, pois o paciente apresentava mutismo acinético. Cinco pacientes apresentavam alteraçoes hormonais previas, que se mantiveram no pós-operatório. Os pacientes tiveram follow-up regular com média de 6,5 anos, não sendo evidenciados sinais clínicos ou radiológicos de crescimento da lesão residual. Nos casos tratados com neuroendoscopia, sem craniotomia, observou-se melhores desfechos, pois ela permitiu o esvaziamento da lesão com preservação das esruturas adjacentes e controle da hidrocefalia. Enquanto 2 casos tratados com craniotomia evoluíram com lesão hipotalâmica, e 1 caso, com lesão vascular.

    Conclusão: A neuroendoscopia mostrou-se efetiva no controle do crescimento tumoral, considerando-se a utilização da radioterapia nos casos pediatricos e na redução da morbimortalidade por ser menos invasiva, não causando danos ao tecido nervoso adjacente à lesão.


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