CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672845
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Série cirúrgica de lesões não neoplásicas intracranianas: diferencial com tumores cerebrais

Malveira Rafael
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Costa Lima Maia
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Osvaldo Pereira da Costa Sobrinho
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Lucas Alverne Freitas de Albuquerque
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Francisco Ramos Junior
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Stelio da Conceição Araújo Filho
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Edson Lopes Junior
1   Hospital Geral de Fortaleza
,
Jan Araujo Cabral
1   Hospital Geral de Fortaleza
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: Lesões não neoplásicas são um diagnóstico diferencial possível com tumores cerebrais, acarretando modificações na conduta neurocirúrgica.

    Objetivo: Expor dados sobre incidência e apresentação clínica de pacientes com lesões não neoplásicas do sistema nervoso central operados no nosso serviço.

    Metodologia: Foram revistos 627 casos de lesões expansivas intracranianas (LEIC) operadas no nosso serviço entre 2014 e 2016 com suspeita de tumor cerebral (i.e., não foram incluídos pacientes já operados com suspeita inicial de outros tipos de LEIC, como abcesso cerebral e hematomas), sendo encontrados 29 pacientes com diagnóstico final de lesão não neoplásica. Foram analisados dados epidemiológicos, radiológicos e clínicos.

    Resultados: Lesões não neoplásicas representaram 4,62% das LEIC operadas. Houve predominância do sexo masculino (65,5% – 7 casos) e a média de idade ao diagnóstico foi de 38,79 anos, variando de 17 a 63. Neurocisticercose e cisto aracnoide foram as patologias mais comuns, representando 24% dos pacientes com lesões não neoplásicas cada (1,07% do total de LEIC abordadas em nosso serviço). A primeira teve predominância no sexo masculino (85%) e a média de idade ao diagnóstico de 37,29 anos. A segunda também foi mais comum em homens (57%), com média de idade de 40,14 anos. Abscesso cerebral também foi um importante diagnóstico, representando 20,69% das lesões não neoplásicas, com predomínio também masculino de 83%, e média de idade de 39,83. Outros diagnósticos encontrados foram: coleastoma (com 10,34%, média de idade 41 anos, com predomínio masculino), cavernoma, (com 10,34%, média de idade de 30 anos e predomínio feminino), tuberculoma (3,45%, com um único caso do sexo masculino, de 32 anos de idade), toxoplasmose (uma feminina de 51 anos) e mucocele (uma mulher de 49 anos). Em 16 casos (55,17%) a lesão era supratentorial e em 13 (44,82%) estava na fossa posterior; o sistema ventricular estava envolvido em 8 (27,5%).

    Conclusão: lesões expansivas não neoplásicas por vezes podem mimetizar lesões de natureza neoplásica devidos características clínicas e imaginológicas similares em estudo pré-operatório. Este diagnóstico torna-se particularmente importante em homens jovens, de acordo com nossa série. Os principais diagnósticos a serem levados em consideração, especialmente em lesões císticas, são os cistos aracnoides e a neurocisticercose.


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