CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672859
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Um caso atípico de schwannoma e sua evolução

Lucas Vieira de Almeida
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Caio Augusto Carneiro da Costa
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Gabriela de Lima Ferreira Lucena
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Gabriela Medeiros Formiga Moreira
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Larissa Silva de Siqueira Figueiredo
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Leonardo Meira de Carvalho
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Nicássio Silva Menezes
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Talles Thadeu Braz Bezerra
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Maria Tereza Miranda Tomaz
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
Victor Souza Torres de Vasconcelos
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
,
José Lopes de Souza Filho
1   Faculdade de Medicina Nova Esperança
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Apresentação do caso: Homem de 67 anos, atendido na Unidade Básica de Saúde (UBS) com cefaleia há 15 dias e diminuição da acuidade visual. Foi prescrito analgésico e encaminhado ao oftalmologista. Um mês após, retorna à UBS, com a mesma queixa e diminuição da memória. Encaminhado ao neurologista. Foi solicitada Tomografia Computadorizada (TC) de Crânio que demonstrou lesão expansiva hipodensa extra-axial, medindo 3,5 × 3,4 × 3,4 cm, ocasionando efeito de massa sobre o tronco cerebelar. No retorno, apresentou Ressonância Magnética (RMN) do Crânio com um volumoso processo expansivo em fossa posterior, de contornos lobulados e bem definidos, relacionando-se com o conduto auditivo interno esquerdo, estendendo-se para seio cavernoso, região retroclival e fissura coroide hipocampal, medindo 4,7 × 3,7 × 3,6 cm, sendo considerada a hipótese diagnóstica, um schwannoma. Realizou-se a exérese do tumor por via translabiríntica. O paciente relata melhora da cefaleia, entretanto, evoluiu com: paresia dos membros inferiores e de membro superior esquerdo, hipoacusia à esquerda e afasia de Broca.

    Discussão: A progressão dos sinais e sintomas dos pacientes com neurinoma do acústico é a seguinte: problemas auditivos e labirínticos, dores occiptofrontais, incoordenação cerebelar, lesão de nervos cranianos próximos, aumento de pressão intracraniana, disartria, disfagia e finalmente crise cerebelar e dificuldades respiratórias. Ademais, a perda auditiva associada a zumbido foi descrita como sintoma principal na apresentação. Notou-se que o paciente em questão tem uma forma atípica, pois não houve queixa auditiva nem de alterações no labirinto no início do quadro e nem evolução com ataxia ou comprometimento de nervos cranianos, além disso, o quadro iniciou com cefaleia e perda de memória, fato incomum na apresentação clínica dessa doença. Até 30% dos pacientes tem alterações do nervo facial antes da realização da cirurgia, comprometimento que não foi evidenciado no caso. Acerca das complicações da via translabiríntica, tem-se a fístula liquórica, hipertensão intracraniana, hemorragias cerebrais, síndrome cerebelar e meningite como as mais comuns, as quais não ocorreram no caso do paciente. Por fim, o quadro pós-operatório do paciente é incomum, fato que corrobora a evolução atípica da doença.

    Comentários finais: O paciente tem clínica e evolução atípicas para a doença, bem como complicações que estão fora do padrão esperado.


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