CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673010
E-Poster – Pediatrics
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Fatores de risco e resultados das reoperações de hemisferotomia

Thiago Lyrio Teixeira
1   USP – Ribeirão Preto
,
Helio Rubens Machado
1   USP – Ribeirão Preto
,
Ricardo Santos De Oliveira
1   USP – Ribeirão Preto
,
Marcelo Volpon Santos
1   USP – Ribeirão Preto
,
Lucas Pires Augusto
1   USP – Ribeirão Preto
,
Renato de Carvalho Viana
1   USP – Ribeirão Preto
,
Guilherme Augusto Sousa Alcântara
1   USP – Ribeirão Preto
,
Romilto da Costa Pacheco Neto
1   USP – Ribeirão Preto
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A hemisferotomia consiste em uma técnica cirúrgica bem estabelecida para tratamento de epilepsias hemisféricas de difícil controle, com taxa de sucesso próxima de 80%. Entretanto, para os casos de falha terapêutica, há na literatura médica poucos estudos que contemplam os motivos, viabilidade e estratégias de uma reoperação.

    Objetivo: Avaliar fatores pré-operatórios que possam influenciar no insucesso das hemisferotomias e os resultados das reoperações.

    Métodos: Revisão do prontuário de 15 casos consecutivos submetidos a reoperação de hemisferotomia numa instituição de referência em cirurgia de epilepsia, entre 2003 e 2018, com ênfase nos seguintes dados: idade, etiologia da epilepsia, técnica cirúrgica, achados cirúrgicos na reoperação, achados da ressonância, classificação de Engel e complicações pós-operatórias.

    Resultados: Dos 150 casos de hemisferotomia, 15 foram submetidos à reoperação por recorrência das crises epilépticas, tendo sido a etiologia mais frequente a encefalite de Rassmussen (47%), seguida da hemimegalencefalia (40%), porencefalia (6,5%) e Sturge-Weber (6,5%). A técnica utilizada foi a hemisferotomia peri-insular sem lobectomia temporal em 13 casos, com lobectomia em 1 caso e hemisferotomia parassagital em outro caso. Em onze pacientes havia evidência radiológica de desconexão incompleta, das quais 8 no esplênio do corpo caloso, 4 em alguma outra porção do corpo caloso e 2 uma conexão frontobasal remanescente, confirmados no intraoperatório. Nos casos sem diagnóstico pela ressonância, o achado cirúrgico foi: 2 com desconexão fronto-basal incompleta, 2 com esplênio remanescente e em 1 foi realizada complementação com lobectomia temporal. Todos apresentaram alguma melhora das crises após a reoperação, havendo 5 Engel 1A e 3 Engel 3 naqueles com mais de um ano de seguimento, e 4 Engel 3 e 3 Engel 1 naqueles com menos de um ano. Houve três complicações (20%): uma infecção de ferida operatória e dois casos de hidrocefalia com necessidade de shunt.

    Conclusão: A hemisferotomia peri-insular é uma técnica segura e eficaz, tendo na desconexão do esplênio do corpo caloso sua maior dificuldade. Crianças com hemimegalencefalia, em função da distorção anatômica, e encefalite de Rassmussen, cujo cérebro encontra-se mais tenso e o ventrículo reduzido, há maior probabilidade de desconexão incompleta. A reoperação é segura e capaz de alcançar bons resultados após uma avaliação clínica e radiológica extensa.


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