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DOI: 10.1055/s-0038-1673022
Tratamento radioterápico de schwannomas vestibulares em neurofibromatose tipo II – experiência de 10 anos do serviço de radioterapia
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Objetivo: Avaliar a melhor indicação de tratamento para os casos de schwannomas vestibulares (SVs) associados a neurofibromatose tipo 2 (NF2) de acordo com o tamanho das lesões e a presença ou não de tratamento cirúrgico prévio.
Métodos: Foram avaliados todos os casos de SVs associados a NF2 tratados no Serviço de Radioterapia do HC-FMUSP. De outubro de 2008 a outubro de 2017, 20 pacientes com diagnóstico de NF2 foram atendidos no Serviço e 19 foram tratados e incluídos nesta análise; 6 (31,6%), do sexo masculino. Todos os 19 pacientes foram submetidos a Radiocirurgia (RC) e a Radioterapia Estereotáctica Fracionada (REF). Para o contorno e planejamento foi utilizado o Sistema de Planejamento IPlan (Brainlab¯) e os pacientes foram tratados em acelerador linear de 6 MV, com colimador micro-multileaf m3 (microMLC). Até 2015, os tratamentos foram realizados com colocação de “frame” craniano para os casos de dose única e máscara termoplástica para os demais. A partir de 2015 f oi utilizada verificação de imagem com IGRT ExacTrac (Brainlab¯) e os procedimentos gradativamente passaram a ser todos “frameless”. Foram analisadas as imagens pré e pós-tratamento. Foram redesenhados os volumes pré e pós no sistema de visualização de imagens DICOM Horos (Horos™) calculando os volumes e variações desses durante o seguimento, permitindo uma melhor análise do controle desses tumores após radioterapia. Foram excluídos os pacientes com menos de 3 anos de seguimento.
Resultados: Dos 19 pacientes tratados há duas duplas de irmãs, em um total de 28 lesões tratadas. Destas, 17 lesões receberam 50,4 Gy (28 × 1,8 Gy), 4 receberam 25 Gy (5 × 5 Gy) e 7 tratamentos em dose única de 12 Gy. O seguimento variou de 1 a 7 anos e 10 pacientes/13 lesões foram analisados considerando o seguimento mínimo de 3 anos. Dentre as 13 lesões tratadas, 9 (69%) apresentaram estabilidade ou diminuição do volume e 4 apresentaram aumento do volume.
Conclusão: Sabidamente o controle de VSs associados a NF2 tratados com RDC ou REF é inferior ao de pacientes não portadores de NF2. Embora nossa amostra seja pequena, podemos observar que pacientes com lesões maiores no momento da radioterapia parecem ter menor controle. Mas ainda assim, apesar de os VSs associados a NF2 serem um desafio na questão da escolha do melhor tratamento, podemos afirmar que embora com menor taxa de sucesso a RC e REF são métodos de escolha como primeira opção ou como tratamento auxiliar após a microcirurgia ressectiva.
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