CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673034
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Ultrassom do diâmetro da bainha do nervo óptico para diagnóstico de hipertensão intracraniana em paciente vítima de traumatismo cranioencefálico

Angela Patricia De Las Mercedes Tascon Bedoya
1   HC FMUSP
,
Almir Ferreira de Andrade
1   HC FMUSP
,
Saul Almeida da Silva
1   HC FMUSP
,
Ricardo Ferrareto Iglesio
1   HC FMUSP
,
Ricardo Moscardi
1   HC FMUSP
,
Wellingson Silva Paiva
1   HC FMUSP
,
Eberval Gadelha de Figueiredo
1   HC FMUSP
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   HC FMUSP
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A Hipertensão intracraniana (HIC) é uma condição clínica frequente no trauma de crânio (TCE) e precisa ser diagnosticada precocemente para rápida intervenção. Diversos dispositivos para monitoração da pressão intracraniana (PIC) foram desenvolvidos, no entanto os métodos invasivos estão sujeitos a complicações como hemorragias, infecção e mesmo mal funcionamento, limitando a confiabilidade do valor obtido.

    Método: Dentre os métodos não invasivos, o ultrassom da bainha do nervo óptico (UBNO) tem se destacado pela possibilidade de monitoração não invasiva, com o benefício de ter custo benefício efetivo e disponível a beira leito. Paciente masculino, 28 anos, vitima de atropelamento por automóvel na calçada da sua residência. ECGLa 15 pontos, pupilas isocóricas e fotorreativas, estável hemodinamicamente. Tomografia de crânio inicial revelou fratura com disjunção da sutura coronária bilateral, além de hematoma epidural em vertex craniano frontal (volume de 32 mL e espessura 15 mm). Angiotomografia fase venosa evidenciando imagem avascular com compressão do seio sagital superior no seu terço anterior, adelgaçado nessa porção, pérvio e sem extravasamento de contraste. Paciente mantinha-se assintomático e recusava a possibilidade de cirurgia. Optado pela monitoração com ultrassonografia da bainha do nervo óptico e Doppler transcraniano.

    Resultados: O UBNO mostrou cristalino alinhado ao nervo óptico medido 3 mm posterior à retina. Nesse local foi aferido o diâmetro bainha nervo óptico em 3 medidas revelando valor menor que 5,7 mm bilateralmente. Doppler transcraniano revelou índice de pulsatilidade normal, sugerindo pressão intracraniana dentro dos limites da normalidade. Paciente evoluiu bem, recebendo alta no 5° dia pós trauma com seguimento ambulatorial. O HED de vértex constitui até 8% dos HED, com mortalidade de 18–50%.

    Conclusão: A conduta cirúrgica não deve ser tomada em todos os casos, uma vez que a taxa de melhora espontânea é alta. A conduta cirúrgica deve ser tomada baseada no efeito compressivo sobre o cérebro, desvio do seio sagital superior, volume do HED e sintomatologia. O diagnóstico precoce da HIC permite o tratamento adequado e um desfecho favorável. O UBNO mostrou-se como uma ferramenta essencial na condução deste paciente.


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