CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673035
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Volumoso hematoma extradural traumático de vértex: relato de caso

Ângelo Raimundo da Silva Neto
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Ródio Luis Brandão Câmara
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Ana Luiza Ramalho Uruguay
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Luana Lopes de Medeiros
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Fábio Barros Rodrigues da Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Leticia Maria Nóbrega Eberlin
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Renata Nunes Velloso
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Maria Claudia Saldanha Farias
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Apresentação do caso: Paciente de 34 anos, masculino, da entrada em hospital de urgência com relato de agressão por objeto contundente em região parietal alta. Chega com 07 pontos na Escala de Coma de Glasgow e anisocoria, com pupila esquerda midriática. Havia grande hematoma em couro cabeludo na região parietal esquerda. Tomografia de crânio revelou volumoso hematoma epidural em vértex, contido pelas suturas coronárias e lambdoides. O volume da lesão era de 164 mL. Cirurgia de urgência foi planejada com craniotomia biparietal centralizada na sutura sagital e limitada pelas suturas coronal e lambdoide. A sutura sagital estava com diástase traumática. O hematoma estava associado a sangramento discreto do seio sagital e já estava parcialmente coagulado ao iniciar a abordagem. A tomografia de crânio controle mostrou resultado satisfatório com alta hospitalar em 4 dias, sem déficits.

    Discussão: O hematoma extradural de vértex é uma entidade pouco comum no trauma, perfazendo cerca de 1–8% dos hematomas intracranianos com mortalidade relatada de 18–50%. Pode ser causado por diástese da sutura coronal ou sagital e por lesão de seio venoso ou veias tributárias. Sua evolução clínica pode ser aguda, requerendo intervenção imediata, ou insidiosa, atrasando o diagnóstico e comprometendo o prognóstico do paciente. O aumento da pressão intracraniana pode ser causado pela obstrução dos seios venosos pelo próprio hematoma. Além de sintomas como cefaleia, rebaixamento do nível de consciência, vômitos, tais lesões podem causar paraparesia dos membros inferiores e dificultar o raciocínio topográfico. A indicação de cirurgia é imperativa nas formas com herniação encefálica. Nos casos de descoberta tardia deve-se julgar correlacionar o tamanho e localização do hematoma ao quadro clínico do paciente de forma continuada. O prognóstico desse tipo de hematoma é favorável, semelhante a outras localizações de hematoma extradural.

    Comentários finais: O hematoma extradural de vértex é uma entidade rara, por vezes de evolução indolente e de desfecho, na maioria das vezes, favorável. O planejamento cirúrgico com vistas a hemostasia do seio sagital e exposição ampla do osso parietal favorece o melhor resultado. Deve ser considerado como diagnóstico diferencial de paraparesia.


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