CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673036
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Lesões cranianas por arma branca na Amazônia: uma entidade neurotraumatológica subdiagnosticada

Anny Reis Mello de Souza Marco Antônio Leal Santos
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará
3   Universidade de São Paulo
,
Erik Leonardo Jennings
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará
3   Universidade de São Paulo
,
Sérgio Augusto Barbosa de Farias
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará
3   Universidade de São Paulo
,
Mylena Miki Lopes Ideta
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará
3   Universidade de São Paulo
,
Robson Luis Oliveira de Amorim
1   Universidade do Estado do Amazonas
2   Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará
3   Universidade de São Paulo
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: O trauma cranioencefálico (TCE) por arma branca é considerado raro na literatura mundial, sendo, na maioria dos registros, descrito como relatos ou pequenas séries de caso. Até o momento, não existe estudo prospectivo em nível mundial que avalie ferimentos por arma branca.

    Objetivos: Descrever os aspectos clínico-epidemiológicos de pacientes vítimas de lesões cranianas causadas por arma branca.

    Métodos: Estudo de coorte prospectiva realizado no período de maio de 2017 a abril de 2018 o qual avaliou vítimas de agressão por arma branca admitidas no serviço de neurocirurgia nos municípios de Manaus e Santarém. Foram coletados dados demográficos, apresentação clínica, tomografia computadorizada e Escala de Coma de Glasgow (ECG) na admissão.

    Resultados: Dos 58 pacientes, 56 (96,5%) eram do sexo masculino. A média de idade foi de 30,13 +− 11,12 anos. A mediana da ECG da admissão foi de 15, sendo 2 sedados. O mecanismo de trauma mais utilizado foi o terçado com 53,4%, seguido de outros objetos diversos, com 39,7%. Os locais de lesão mais afetados foram os lobos frontal e parietal com 37,9%. A presença de déficit neurológico motor foi verificado em 8 (13,8%) pacientes. Destes, 5 (62,5%) apresentavam TCE leve, 2 (25%) moderado e 1 (12,5%) grave. Além disso, em 4 (50%) destes pacientes foi verificado terçado como o mecanismo de trauma. Um total de 32 pacientes (55,2%) foi submetido a procedimento cirúrgico, dos quais em 68,8% foi visualizado lesão dural no intraoperatório.

    Conclusão: Esta é a maior casuística já descrita de ferimentos por arma branca na população brasileira. No período de recrutamento, foram identificados 58 casos, o que demonstra que, na verdade, esses eventos são subdiagnosticados na Região Norte. Essas lesões em geral causam TCE leve e provavelmente determinam maior possibilidade de déficit motor, o que é incomum na maioria dos traumas fechados. Devem, idealmente, ser tratadas sempre quando houver suspeita de laceração dural por afundamento.


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