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DOI: 10.1055/s-0038-1673083
Hematoma extradural espinal pós-traumático: relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação do Caso: Paciente com 56 anos de idade, do sexo feminino, admitida no hospital um dia após ter sofrido acidente automobilístico, por colisão do carro com um caminhão. A paciente não apresentou perda da consciência ou episódios eméticos. Na admissão encontrava-se estável hemodinamicamente, alerta, orientada, GCS 15, paraplegia em MMII (Frankel B). A TC de tórax mostrou hemopneumotórax bilateral e fratura de processos espinhosos de T3–T4–T5. A RNM de eixo axial mostrou hematoma extradural espinal (HED), tendo sido submetida à laminectomia T3–T4–T5–T6 e drenagem de HED espinal 6 dias após o trauma, não havendo intercorrências. Durante sua evolução, exibiu herpes-zóster em MID, aclive de escórias nitrogenadas, não sendo necessária diálise. Apresentou um episódio de hipotensão progredindo para parada cardiorrespiratória em atividade elétrica sem pulso, rapidamente revertida. Passados 45 dias da cirurgia, sem novos déficits, GCS 15, Frankel B, a paciente recebeu alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial.
Discussão: O Hematoma Epidural da coluna vertebral (HED-c) é uma condição rara, podendo ocorrer de forma espontânea ou secundária ao trauma, sendo mais incomum no último caso. Os HED-c traumáticos são responsáveis por pequena porcentagem dos casos de HED em coluna vertebral, com pouco mais de 10 casos descritos na literatura. HED-c traumáticos com manifestações neurológicas são também infrequentes. A TC e RNM da coluna vertebral devem ser realizadas de imediato em pacientes com dorsalgia e déficit neurológico. O atraso no diagnóstico e tratamento pode levar a consequências severas. O diagnóstico diferencial é feito com lesões como epidurite, cistos neurais e tumores. O tratamento cirúrgico é preconizado, principalmente nos casos que cursam com déficit neurológico, podendo também ser adotada conduta conservadora em casos espontâneos ou com distúrbio de coagulação. No presente caso, foi feita a descompressão da coluna torácica por via posterior, com laminectomia extensa para drenagem do HED seis dias após o trauma, apesar disso não foi evidenciada melhora da paresia no pós-cirúrgico. De acordo com a literatura, cerca de mais de 90% dos casos não tiveram recuperação completa da função motora após cirurgia.
Comentários Finais: Ressaltamos a importância da inclusão desta patologia no diagnóstico diferencial durante a abordagem de pacientes portadores de paraplegia crural após trauma de grande magnitude.
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