CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673091
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Síndrome da cauda equina e plexopatia lombar em ferimento por PAF lombar – diagnóstico diferencial

Ródio Luís Brandão Câmara
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Luana Lopes de Medeiros
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Renata Nunes Velloso
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Marcel Catão Ferreira Dos Santos
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Alice Letícia Pereira Da Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Ana Luiza Ramalho Uruguay
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Einstein Dantas De Aguiar Filho
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Giovanni Loos Queiroz Félix
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Guido Garcia Freire
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Arthur Steven Cota De Sá
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Apresentação do Caso: Sexo masculino, 24 anos. Ferimentos por projéteis de arma de fogo entrada em região torácica e lombar à direita. Perda sensitivo-motora e dor neuropática MID pós-traumáticas. Sem comprometimento esfincteriano. FM grau 2 à flexão da coxa e grau 3 à extensão da perna, hipoestesia desde dermátomo L1 à direita, envolvendo o MID distalmente, com parestesia e alodínia. Evoluiu com melhora clínica: FM grau 3 à extensão da perna, parestesias no território do dermátomo L3 à direita. Força e sensibilidade preservadas demais segmentos do MID. Força preservada em todo MIE. TC coluna lombar: fraturas comprometendo pedículo direito processo transverso direito vértebra L3, pequenos fragmentos no canal vertebral. Tratamento inicial conservador, controle dor neuropática e neurorreabilitação.

    Discussão: Em pacientes com ferimentos por PAF na região lombar o diagnóstico diferencial entre síndrome da cauda equina (SCE) e lesões plexulares lombo sacras é indispensável para a adequada indicação de procedimento cirúrgico de urgência, diante de possibilidade de SCE de etiologia compressiva, por comprometimento do canal vertebral por hematomas, prójetil ou fragmentos ósseos. A TC é o exame complementar mais refinado disponível nesses casos, visto que a ENMG precoce não fornece informações adequadas e a RM não poderá ser realizada devido aos fragmentos metálicos geralmente alojados no paciente. A informação chave para essa diferenciação recairá na anamnese e exame físico do paciente: presença de comprometimento esfincteriano (especialmente retenção urinária, 90% de sensibilidade) e anestesia em sela (75% de sensibilidade), mesmo parciais, apontam para a SCE.

    Considerações finais: O presente caso caracterizou-se por uma dificuldade adicional ao diagnóstico diferencial entre SCE e plexopatia, pelo comprometimento radicular múltiplo no MID na avaliação clínica inicial e presença de sinais de rastilho também dentro do canal vertebral nas imagens de TC. Contudo, a SCE não teve o diagnóstico caracterizado, pois não houve comprometimento esfincteriano ou anestesia em sela desde a avaliação inicial. Além disso, o déficit neurológico remanescente circunscreveu-se à raiz L3 direita, compatível com a topografia predominante das lesões visualizadas na TC na região contígua ao forame de conjugação L3–L4 direito, território de emergência das raízes direitas L3 e caracterizando assim uma lesão plexular lombar proximal.


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    No conflict of interest has been declared by the author(s).