CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673153
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Tratamento endovascular de malformação aneurismática da veia de galeno do tipo mural

Jennyfer Paulla Galdino Chaves
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
,
Luana Antunes Maranha Gatto
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
,
Guilherme Naves de Lima Alves
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
,
Zeferino Dermatini Junior
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
,
Gelson Luis Koppe
1   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Apresentação do Caso: Um menino a termo apresentou aumento do perímetro cefálico e proeminência das veias faciais no terceiro mês de vida. A angiografia digital por subtração (ADS) mostrou uma malformação aneurismática da veia de Galeno do tipo mural (MAVG), com presença de uma fístula de alto fluxo alimentada pelas artérias coroidais posteriores ectásicas, que foram ocluídas no mesmo tempo cirúrgico. Uma embolização trans-arterial foi realizada sem intercorrências, utilizando 3 molas de platina e agente líquido embolizante de etinil vinil álcool preenchendo as aferências e obtendo obliteração total do aneurisma. A evolução pós-operatória foi satisfatória e o paciente recebeu alta dois dias após o procedimento. A Ressonância Magnética (RM) de controle em 6 meses e a ADS de 1 ano depois evidenciaram redução da veia de Galeno e ausência de fístula residual. O paciente manteve crescimento e desenvolvimento normais.

    Discussão: A MAVG é rara, com uma incidência estimada em torno de 1% de todas as lesões vasculares intracranianas. Eles se manifestam classicamente durante o período neonatal com insuficiência cardíaca congestiva grave, mas também podem apresentar hidrocefalia, convulsões epilépticas, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e hemorragia. O tratamento da MAVG depende da apresentação clínica, idade e achados angiográficos. O recém-nascido instável pode exigir intervenção precoce, mas os bebês com insuficiência cardíaca congestiva podem receber manejo clinico até os 5–6 meses de idade. O tratamento endovascular apresenta melhores resultados e é a primeira escolha, uma vez que a cirurgia aberta tem uma alta taxa de mortalidade. A embolização é realizada por abordagem trans-arterial, transvenosa ou combinada, utilizando-se de molas de platina, cianoacrilato ou agente líquido embolizante de etinil vinil álcool. Como nosso paciente realizou arteriografia de controle 1 ano depois e manteve a oclusão total, o procedimento realizado promoveu a cura da malformação. O acompanhamento a longo prazo é necessário em todos os pacientes para garantir um desenvolvimento neuropsicomotor normal, sem déficit neurológico.

    Comentários Finais: A malformação aneurismática da veia de Galeno é uma rara malformação vascular cerebral congênita e potencialmente fatal. Relatamos um caso bem-sucedido de uma criança de 17 meses de idade submetida a uma única sessão de embolização trans-arterial utilizando molas e agente líquido embolizante de etinil vinil álcool.


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