CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764556
Doença Diverticular
ID – 114819
Apresentação Oral

EVOLUÇÃO CLÍNICA DOS PACIENTES RECUPERADOS DE DIVERTICULITE AGUDA COMPLICADA COM ABSCESSO

Lucas Moreto Betini
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
,
Fernanda Bellotti Formiga
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
,
Bruno Henrique Nunes Hirata
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
,
Carolina Pontes de Moraes Hungria
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
,
Gabriela de Carvalho Simões da Fonseca
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
,
Thiago da Silveira Manzione
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
,
Louisie Galantini Lana de Godoy
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
,
Fang Chia Bin
1   Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
› Author Affiliations
 
 

    A doença diverticular é cada vez mais prevalente na população, principalmente por mudanças de hábitos de vida e maior expectativa de vida. A diverticulite aguda, complicação da doença diverticular, tem incidência cada vez maior, com aumento da necessidade de atendimento nos serviços de urgência. O tratamento de escolha nos casos de diverticulite aguda complicada com abscesso, sem sinais de gravidade, como instabilidade hemodinâmica ou peritonite difusa ao exame físico, é não operatório, com drenagem percutânea e antibioticoterapia. No entanto, a indicação de cirurgia de intervalo após tratamento não operatório bem-sucedido nesses casos é controversa. O objetivo deste estudo é descrever a evolução dos doentes com diagnóstico de diverticulite complicada com abscesso que foram submetidos a tratamento não operatório. Pacientes internados e ambulatoriais atendidos por CID 10 K57 de 2018 a 2022 foram incluídos. Mediante análise retrospectiva de dados de prontuário médico, foram selecionados doentes com diagnóstico de diverticulite aguda complicada com abscesso submetidos a tratamento não operatório, e foi avaliada a evolução do quadro pós-agudo. Dos 91 doentes com CID 10 K57 inicialmente presentes na amostra, 37 apresentavam diverticulite aguda. Destes, 16 (43,24%) apresentavam complicação com abscesso, sendo que 2 (12,5%) evoluíram com necessidade de cirurgia na mesma internação. Os 14 doentes restantes apresentaram resolução completa do quadro agudo com tratamento não operatório. Deste grupo, 4 foram tratados com drenagem percutânea, e 10, com antibióticoterapia exclusiva. A análise da evolução destes casos demonstrou que apenas um doente realizou retossigmoidectomia videolaparoscópica de intervalo após 8 meses do quadro agudo, e os 14 restantes não foram submetidos a cirurgia de intervalo. Destes, 8 se mantêm assintomáticos, com tempo de seguimento de 38 meses. Ao todo, 5 doentes foram submetidos a tratamento cirúrgico: 2 na urgência e 3 por complicação tardia (estenose ou fistula), em um tempo médio de 16 meses. Apenas um doente necessitou de realização de colostomia. A cirurgia de intervalo pós-diverticulite é complicada e controversa. A análise desta série de casos demonstrou necessidade de cirurgia de urgência quando a cirurgia de intervalo não foi indicada em 31% dos casos. No entanto, neste grupo, não houve necessidade de colostomia em 80% dos casos.


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    Publication History

    Article published online:
    16 March 2023

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