CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764563
Doença Inflamatória Intestinal
ID – 114271
Apresentação Oral

CERTOLIZUMABE PEGOL NA DOENÇA DE CROHN: UM ESTUDO OBSERVACIONAL MULTICÊNTRICO

Thaisa Kowalski Furlan
1   Hospital de Clínicas da UFPR
,
Marcello Imbrizi Rabello
2   Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
,
Daniela Oliveira Magro
2   Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
,
Paula Cenira Senger de Castro
3   Hospital Nossa Sra. das Graças, Curitiba
,
Rodrigo Bremer Nones
3   Hospital Nossa Sra. das Graças, Curitiba
,
Marcela Rocha Loures
3   Hospital Nossa Sra. das Graças, Curitiba
,
Eron Fabio Miranda
4   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
,
Paulo Gustavo Kotze
4   Hospital Universitário Cajuru – PUCPR
› Author Affiliations
 
 

    Introdução Há escassez de dados de vida real sobre a utilização dos diferentes agentes anti-TNF no manejo da doença de Crohn (DC) na América Latina e no Brasil. A aprovação do certolizumabe pegol (CZP) no Brasil se deu em 2011, e sua incorporação no protocolo de diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde se deu em 2017, alguns anos após a experiência com IFX e ADA estar consolidada no manejo das DIIs em nosso país.

    Materiais e Métodos Estudo observacional, retrospectivo, longitudinal, cujo objetivo primário foi analisar as taxas de remissão clínica na indução e na manutenção (semanas 6, 26 e 54) em portadores de DC tratados com CZP em 4 centros de referência para o tratamento de DII no Brasil. Os objetivos secundários foram analisar as taxas de resposta clínica, as taxas de remissão endoscópica (cicatrização completa da mucosa), as taxas de troca de biológicos, a necessidade de cirurgias, a persistência com o tratamento ao longo do tempo, e os possíveis efeitos adversos com a droga. Remissão clínica e reposta clínica foram definidas por HBI ≤ 4 e queda de 3 pontos do HBI, respectivamente.

    Resultados Ao todo, 45 pacientes foram incluídos (30 do sexo feminino), com média de idade de 42,16 anos, com um tempo médio de diagnóstico antes do início do CZP de 6 anos (variação 2 a 360 meses), sendo 32 deles (71,1%) virgens de terapia biológica. As taxas de remissão clínica nas semanas 6, 26 e 54 foram de 70,8%, 73,2% e 62,5%, respectivamente. As taxas de resposta clínica nas semanas 6, 26 e 54 foram de 8,33%, 14,63% e 18,75%, respectivamente. A remissão endoscópica foi alcançada em 12 casos (36,4%). Houve necessidade de troca de biológicos em 26 pacientes (57,8%) por falha primária ou secundária à droga. No total, 28 pacientes (62,25%) descontinuaram o tratamento com CZP, com uma mediana de 16 meses. Em 11 pacientes (24,4%) foi necessária abordagem cirúrgica durante o uso da medicação, e 10 pacientes (22,2%) apresentaram efeitos adversos à droga, sendo que alguns deles apresentaram mais de um evento.

    Conclusão O uso do CZP na DC foi relacionado a benefício clínico e adequada tolerabilidade nesta coorte de pacientes brasileiros. As taxas de remissão e resposta clínica encontradas no presente estudo foram compatíveis com estudos de vida real internacionais. Pelo fato de a maioria dos pacientes precisar trocar de terapia biológica por controle inadequado da doença e mais de 60% dos casos descontinuarem a droga, questiona-se sua eficácia em longo prazo.


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    Publication History

    Article published online:
    16 March 2023

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