CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764761
Doença Inflamatória Intestinal
ID – 107790
Pôster Eletrônico

DOENÇA DE CROHN NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO

Marina Gabrielle Epstein
1   Hospital Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
,
Franco Milan Sapuppo
2   Hospital Heliópolis, São Paulo, SP, Brasil
,
Gabriel Naman Maccapani
1   Hospital Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
,
Marilia dos Santos Fernandes
1   Hospital Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
,
Luis Roberto Manzione Nadal
1   Hospital Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
› Author Affiliations
 
 

    Introdução A doença de Crohn é uma doença inflamatória granulomatosa, transmural e crônica, um tipo de doença inflamatória intestinal (DII) que pode ocorrer em qualquer parte do trato gastrointestinal, incluindo a boca. A incidência da doença de início na infância é estimada em 0,1 a 11,2 casos por 100 mil indivíduos por ano.

    Objetivo Relatar um caso de doença de Crohn na infância com sintomas que se iniciaram aos 18 meses de idade.

    Relato de Caso Paciente do sexo feminino, de 10 anos, diagnosticada havia 6 anos com doença de crohn. A mãe referiu que, aos 18 meses de idade, iniciou quadro de artrite periférica e foi tratada com metrotexato, com melhora parcial. Após um ano, apresentou episódios recorrentes de diarreia, e aventou-se a hipótese diagnóstica de efeito colateral do metotrexato, que foi suspenso. Aos 4 anos, apresentou novo episódio de artrite associada a diarreia e foi submetida a colonoscopia, que evidenciou ileíte granulomatosa com biópsia compatível com doença de Crohn. Foi iniciado o tratamento com adalimumabe e foi reintroduzido o metotrexato. A paciente apresentou remissão dos sintomas durante 3 anos, e aos 7 anos de idade apresentou novo quadro de diarreia, anemia e sinais de desnutrição. Ela foi submetida a colonoscopia, que evidenciou ileocolite granulomatosa, e a biópsia do íleo terminal demonstrou ileíte erosiva com microgranulomas e cólon direito com tecido de granulação exuberante e infiltrado inflamatório misto. A paciente foi internada, realizou-se corticoterapia endovenosa, e iniciou-se o tratamento com infliximabe, com melhora dos sintomas. No momento, a paciente encontra-se em remissão clínica em uso de infliximabe ambulatorial.

    Discussão No momento, a causa exata da DII não é conhecida. A hipótese mais comumente aceita para a sua patogênese baseia-se na ideia de que a inflamação se desenvolve no intestino após interações entre a microbiota intestinal e os mecanismos imunológicos do hospedeiro em um indivíduo com fatores de risco genéticos subjacentes, com influências ambientais também importantes. As manifestações extraintestinais da DII podem estar presentes no diagnóstico ou desenvolverem-se posteriormente, em até 30% dos indivíduos. Trabalhos adicionais sobre a utilidade de drogas, como antibióticos, provavelmente serão feitos em conjunto com o reconhecimento da importância da microbiota intestinal na patogênese da DII. O cuidado de crianças e adolescentes com DII deve ser considerado dentro de um enfoque multidisciplinar, com muitos profissionais de saúde diferentes desempenhando papéis importantes.


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    Publication History

    Article published online:
    16 March 2023

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