CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1780805
Modalidade de apresentação: Apresentação Oral
Câncer do Cólon/Reto/Ânus

LESÕES URETERAIS IATROGÊNICAS EM CIRURGIAS COLORRETAIS ELETIVAS: CASUÍSTICA INICIAL

Giovanna Savoy Pazin
1   Serviço de Coloproctologia, Disciplina de Moléstias do Aparelho Digestivo, Departamento de Cirurgia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil.
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Helena da Cunha Lopes de Lima
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Marcelo Lopes de Lima
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Raquel Franco Leal
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Michel Gardere Camargo
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Carlos Augusto Real Martinez
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Claudio Saddy Rodrigues Coy
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Maria de Lourdes Setsuko Ayrizono
› Author Affiliations
 
 

    gippazin@gmail.com

    Introdução Lesões ureterais iatrogênicas (LUIs) são complicações cirúrgicas associadas a elevada morbidade, com incidência entre 0,3% e 1,5%, que são mais comumente observadas em cirurgias ginecológicas e colorretais.

    Objetivo Avaliar as LUIs em cirurgias colorretais eletivas do Serviço de Coloproctologia de nossa instituição.

    Materiais e Métodos Análise retrospectiva de prontuários médicos de pacientes com LUIs submetidos a cirurgias de 2016 a 2022. Foram analisadas as seguintes variáveis: dados gerais do paciente (idade, sexo e IMC), antecedente de cirurgia abdominal e radioterapia, doença de base, cirurgia realizada e via de acesso, características e localização da lesão, tempo do diagnóstico, tratamento realizado e complicações associadas.

    Resultados No período, foram observados 7 pacientes com LUI; 4 (57,1%) eram do sexo masculino, com média de idade de 61,2 anos e IMC médio de 27,2 kg/m2. Todos os doentes foram operados por neoplasia, com tratamento neoadjuvante 6; a maioria (85,7%) foi submetida a retossigmoidectomia, e um1 paciente, a ressecção de recidiva pélvica por via perineal após amputação de reto. Em 71% dos casos, a via de acesso foi laparotômica, e em 28,5%, laparoscópica. Em nenhum dos pacientes foi passado cateter de duplo jota (CDJ) profilático. O diagnóstico de LUI foi feito no intraoperatório em cinco doentes; foram quatro ligaduras inadvertidas, duas secções e uma lesão isquêmica. Em quatro casos, foram no ureter esquerdo, em dois, do lado direito, e em um, bilateral. Em 2 casos, o diagnóstico foi tardio, um no 6º dia de pós-operatório, por fístula ureteral esquerda na tomografia, e outro após 60 dias, devido a isquemia, estenose e fístula ureteral bilateral. Em três casos, foi realizada sutura ou anastomose primária, dois reimplantes ureterais, todos com colocação de CDJ; em um deles, em que o diagnóstico foi tardio, o tratamento foi cistoscopia e passagem de CDJ; no paciente que apresentava recidiva pélvica, com ligadura do ureter direito, foi realizada passagem de cateter à esquerda. Como complicação do pós-operatório, um paciente apresentou pielonefrite e necessitou de reinternação, e outro, fístula, que foi resolvida com tratamento conservador. Cinco doentes seguem em acompanhamento ambulatorial, e dois foram a óbito em consequência da evolução da doença.

    Conclusão Câncer do reto, sobrepeso e radioterapia foram importantes fatores de risco para LUI. A utilização de técnica cirúrgica adequada e o diagnóstico imediato das lesões são fatores importantes para um desfecho favorável.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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