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DOI: 10.1055/s-0044-1780808
O IMPACTO DA AMPUTAÇÃO ABDOMINOPERINEAL ESTENDIDA PARA ADENOCARCINOMA DE RETO BAIXO NOS RESULTADOS EM CURTO E LONGO PRAZOS
lelis_oliveira@hotmail.com
Objetivo Avaliar o impacto da ressecção pélvica estendida na amputação abdominoperineal para câncer de reto baixo.
Materiais e Métodos Foi realizado um estudo retrospectivo com pacientes com adenocarcinoma de reto baixo submetidos a amputação abdominoperineal em centro único entre 2020 e 2023. Os pacientes foram divididos em dois grupos: amputação abdominoperineal convencional (AAP) e amputação abdominoperineal estendida (AAPe). Foram consideras ressecções pélvicas estendidas as amputações associadas a ressecção de órgãos adjacentes por invasão direta do tumor, incluindo histerectomia, cistectomia, prostatectomia e colpectomia. Os desfechos utilizados foram complicações segundo Clavien-Dindo, reoperação, reinternação, tempo de internação, tempo cirúrgico, transfusão sanguínea, número de linfonodos ressecados, margens cirúrgicas, sobrevida livre de doença e sobrevida global. Os grupos foram comparados por meio do teste exato de Fisher, teste t de Student e regressões de Cox.
Resultados Foram incluídos 32 pacientes com adenocarcinoma de reto baixo submetidos a amputação abdominoperineal (16 no grupo AAP e 16 no AAPe), com idade média de 58(±13) anos e predomínio feminino (66%). Todos os pacientes foram tratados com quimioterapia e radioterapia neoadjuvantes. A idade, o sexo, o escore na escala da (ASA), o estadiamento pré-tratamento e o acesso cirúrgico foram semelhantes entre os grupos (p > 0,05). O tempo cirúrgico (405±101 m versus 339.9±56,5 m; p = 0,034) e o número de bolsas de sangue transfundidas (1,25±1,61 unidades versus 0,25±0,58 unidades; p = 0,031) foram maiores no grupo AAPe. A sobrevida livre de doença foi pior no grupo AAPe (HR: 8,15±5,42; p = 0,002). Não houve diferença significativa quanto à sobrevida global (HR: 3,72±2,84; p = 0,085). Tampouco houve diferença significativa em termos de complicações intraoperatórias (12,5% versus 37,5%; p = 0,22), pós-operatórias (56,3% versus 43,8%; p = 0,724) e complicações graves (31,3% versus 31,3%; p > 0.999). Também não houve diferença com relação à taxa de reoperação (31,3% versus 18,8%; p = 0,343), tempo de internação (13,53±17,4 dias versus 9,85±12,6 dias; p = 0,564), reinternação (31,3% versus 37,5%; p > 0,999), margens comprometidas (25% versus 12%; p = 0,654) e número de linfonodos ressecados (21,25±7,8 versus 19,31±10,7; p = 0,564).
Conclusão A amputação abdominoperineal estendida está associada a maior risco de sangramento e maior tempo operatório. A necessidade de ressecções estendidas implica pior prognóstico em longo prazo.
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Publication History
Article published online:
27 February 2024
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