EXCISÃO COMPLETA DO MESOCÓLON ASSISTIDA POR ROBÓTICA

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Relato do Caso A paciente AAS, de 66 anos, do sexo feminino, com queixa de astenia e tontura havia 4 meses, negava alterações do hábito intestinal, e apresentava perda ponderal de 20 kg no período. Uma colonoscopia até o ceco revelou LST de padrão granular e com áreas de necrose no ceco, que media 35 mm. O resultado do exame anatomopatológico foi adenocarcinoma bem diferenciado invasivo. Nos exames de estadiamento, os níveis de CEA eram de 2,83, e a tomografia de abdome mostrou espessamento parietal e irregular do ceco, de 3,5 cm, compatível com neoplasia primária. Não foram observadas lesões focais que levantassem suspeitas de acometimento secundário. Realizou-se colectomia direita assistida por robótica, com excisão completa do mesocolón (ECM), com ileotransversoanastomose látero-lateral mecânica intracorpórea, pela plataforma Si. O exame anatomopatológico revelou adenocarcinoma invasivo, invasão angiolinfática focal e invasão neoplásica perineural não detectada, com margens cirúrgicas radial, proximal e distal livres de neoplasia, com linfadenectomia de 55 linfonodos, nenhum deles acometido, e pT3 pN0 (00/55). A paciente teve alta no segundo dia de pós-operatório, e encontra-se em seguimento oncológico.

Discussão A técnica convencional de colectomia direita oncológica minimamente invasiva tem sua padronização com a dissecção médio-lateral com a ligadura na origem dos vasos cólicos; porém, estudos recentes reconheceram que tal técnica pode ser subótima, devido à não ligadura dos vasos na origem, com persistência de linfonodos centrais. A excisão total do mesorreto foi padronizada há 20 anos como a cirurgia ideal de neoplasia de reto, devido à linfadenectomia estendida e à diminuição da taxa de recidiva local. De acordo com esse conceito, a ECM foi implementada, com a separação dos planos mesocólico e parietal, com dissecção de todo o tecido linfático, vascular e neural, e ligadura central dos vasos cólicos. Há uma recente meta-análise de nível de evidência 2 que sugere que a ECM está associada a uma melhora na sobrevida global e livre de doença em 3 a 5 anos, em comparação com colectomia convencional, com superioridade oncológica. Trouxemos esse vídeo da técnica de abordagem bottom-up robótica com ECM em adenocarcinoma de ceco e anastomose intracorpórea. O vídeo demonstra a precisão da dissecção assistida por robótica, com a exposição e ligadura central dos vasos.

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Article published online:
27 February 2024