CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781009
Modalidade de apresentação: Apresentação Oral
Doença Inflamatória Intestinal

MONITORAMENTO DO INFLIXIMABE NA DOENÇA DE CROHN E DESENVOLVIMENTO DE REDES NEURAIS UTILIZANDO VARIÁVEIS CLÍNICAS PARA A DETECÇÃO DE IMUNOGENICIDADE

Luis Eduardo Miani Gomes
1   Laboratório de Investigação em Doença Inflamatória Intestinal, Serviço de Coloproctologia, Departamento de Cirurgia, Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas – SP, Brasil.
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Livia Moreira Genaro
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Livia Bitencourt Pascoal
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Filipe Botto Crispim Silva
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Michel Gardere Camargo
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Maria de Lourdes Setsuko Ayrizono
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Anibal Tavares de Azevedo
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Raquel Franco Leal
› Author Affiliations
 
 

    leduardo.adv@gmail.com

    Introdução O infliximabe (IFX) é um medicamento biológico que inibe a ação do fator de necrose tumoral alfa (TNFα), uma citocina pró-inflamatória importante na patogênese da doença de Crohn (DC).

    Objetivo Analisar o nível sérico de IFX, com o estabelecimento de modelos de previsão via redes neurais utilizando uma combinação de variáveis em uma coorte de pacientes com DC.

    Materiais e Métodos Foram incluídos 75 pacientes com DC submetidos a terapia com IFX em fase de manutenção. A atividade da doença foi definida por critérios endoscópicos e/ou radiológicos, separando-se a amostra em grupo em remissão (CDR), e em atividade (CDA). Realizou-se dosagem dos níveis séricos de IFX por ELISA e por teste rápido de fluxo lateral. A dosagem dos ATIs foi realizada por ELISA. Para a análise estatística, foi utilizado teste não paramétrico, sendo p ≤ 0,05. Para a criação de um modelo de previsão, foram utilizadas quatro redes neurais para quatro variáveis de saída: remissão/atividade; presença ou não de anticorpos; nível terapêutico segundo ELISA; e segundo o teste de fluxo lateral. As redes neurais e curvas ROC foram desenhadas utilizando o pacote Keras no programa Python. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

    Resultados Não foram observadas diferenças no nível de IFX quando comparados os grupos CDA e CDR em ambos os testes (p > 0,05). Não houve diferença estatística dos níveis de IFX de acordo com o uso de imunossupressores (IMS) (p > 0,05). Níveis de ATI > 5AU/mL foram detectados somente em 11 (14,66%) pacientes. Todos os pacientes com ATIs positivos apresentaram níveis de IFX infraterapêuticos em ambos os testes, e 72,7% estavam em terapia combinada com IMS. Das 4 redes neurais desenvolvidas, duas, cujas variáveis de saída foram “remissão/atividade” e “presença ou não de anticorpos”, apresentaram excelente desempenho, com AUC de 82% a 92%, e de 100%, respectivamente.

    Conclusão A introdução do monitoramento do IFX pode permitir um manejo terapêutico mais individualizado. Quanto às características de desempenho das redes neurais, se evidenciou AUC > 80% em duas delas. Por meio de variáveis clínicas e laboratoriais, pôde-se determinar a atividade da doença. Além disso, o encontro de combinações de variáveis que determinam o nível de anticorpo, e ao mesmo tempo não ter evidenciado bons modelos para os níveis séricos, representa que esses últimos seguem sendo importantes na prática clínica. De outro modo, os níveis de anticorpos podem ser previstos por variáveis clínicas.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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