CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781014
Modalidade de apresentação: Apresentação Oral
Doença Inflamatória Intestinal

AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM COLITE DE CROHN ISOLADA SUBMETIDOS A CIRURGIA

Marcelo Rodrigues Borba
1   Universidade de São Paulo (USP), São Paulo – SP, Brasil.
,
Carolina Bortolozzo Graciolli Facanali
,
Raissa José de França Carvalho
,
Mariane Gouvea Monteiro de Camargo
,
Carlos Walter Sobrado Junior
,
Carlos Frederico Sparapan Marques
› Author Affiliations
 
 

    marcelorborba@gmail.com

    Introdução Sabe-se que cirurgia será necessária em até 75% dos pacientes com doença de Crohn (DC) após 10 anos de doença. Um terço dos pacientes com DC têm a doença exclusivamente colônica, com menores taxas de cirurgia em relação aos pacientes com DC em outras localizações. Existem poucos estudos que descrevem a evolução da DC isoladamente colônica, e a cirurgia ideal para esse fenótipo tem sido debatida. Embora a colectomia segmentar tenha recorrência mais alta, ela apresenta os benefícios da preservação colônica. Avanços em terapias endoscópicas, videolaparoscopia e biológicos reduziram a recorrência, o que nos leva a questionar o manejo clínico e a melhor técnica cirúrgica.

    Objetivo Descrever a evolução clínica de pacientes com colite de Crohn isolada submetidos a tratamento cirúrgico.

    Materiais e Métodos Estudo retrospectivo observacional realizado em um ambulatório de doenças inflamatórias intestinais de um hospital terciário em São Paulo – SP. Foram incluídos pacientes consecutivos, que compareceram em consulta de março a junho de 2023, com diagnóstico de DC isoladamente colônica pela CM e submetidos à cirurgia, com seguimento mínimo de 3 meses após a cirurgia. Foram excluídos pacientes com doença ileocolônica ou ileal. Dados sociodemográficos, atividade laboratorial, radiológica e endoscópica, antecedentes cirúrgicos e medicamentosos, complicações pós-operatórias e tratamento medicamentoso foram coletados mediante análise de prontuário eletrônico.

    Resultados Ao todo, 57,1% de 14 pacientes eram mulheres. A média de idade foi de 41,9 anos, e 43,8% apresentaram doença estenosante, 28,5%, inflamatória, e 28,5%, penetrante segundo a CM, com 85,7% com doença perianal. A maioria (35,7%) foi submetida a colectomia total com ileostomia terminal. As complicações em até 30 dias de pós-operatório ocorreram em 35,7%, sendo a principal deiscência de anastomose. A média de tempo de remissão após a cirurgia foi de 9,7 anos. Foi de 35,7% a taxa dos que apresentaram mudança na localização da doença. Os demais dados sociodemográficos, medicamentosos, laboratoriais, radiológicos, endoscópicos se encontram na tabela 1.

    Conclusão A colectomia segmentar ou a colectomia total são abordagens aceitas na colite de Crohn isolada. A escolha da técnica cirúrgica permanece dependente da extensão da doença. Quando tecnicamente viável, a colectomia segmentar pode ser uma alternativa à colectomia total. O desfecho no longo prazo ainda precisa ser mais bem avaliado.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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