CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781035
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doença Inflamatória Intestinal

ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO SECUNDÁRIO A ADENOCARCINOMA INTESTINAL EM PACIENTE COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL – RELATO DE CASO

Mariana Gonçalves Marangon
1   PUC-Campinas, Campinas – SP, Brasil.
,
Marcela Gonçalves Del Ben
,
Luisa da Cunha Gobbo
,
Débora Râmia Curi
,
Lucas Rosasco Mazzini
,
Hugo Samartine Júnior
› Author Affiliations
 
 

    ma_marangon@hotmail.com

    Apresentação do Caso Um homem de 47 anos, em investigação para a avaliação da atividade de doença inflamatória intestinal não tratada havia 8 anos, evoluiu durante o preparo de cólon para colonoscopia eletiva com abdome agudo obstrutivo. Iniciou-se o tratamento clínico, mas o paciente foi refratário às medidas iniciais, e indicou-se laparotomia exploradora. Realizou-se colectomia total com ileostomia terminal devido aos sinais de pancolite e à inviabilidade do ceco. Durante a internação, o paciente cursou com aumento de enzimas hepáticas e colangiografia que evidenciava colangite esclerosante. O paciente evoluiu bem clinicamente, e recebeu alta hospitalar para o seguimento ambulatorial.

    Resultado do Anatomopatológico O exame anatomopatológico evidenciou a presença de elementos inflamatórios subagudos em áreas superficiais, ausência de granulomas, reunindo critérios de retocolite ulcerativa; além disso, adenocarcinoma moderadamente diferenciado, pT3 pN0, CK20 negativo.

    Discussão Doenças inflamatórias intestinais (DIIs), grupo composto pela doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), são uma desordem de caráter inflamatório crônico que cursa com dor abdominal em cólica e diarreia persistente com produtos patológicos. Essas condições, de natureza idiopática, quando não adequadamente tratadas, podem evoluir para uma série de complicações, e as mais prevalentes são estenose, fístulas e abscessos. De acordo com dois estudos de coorte realizados na Suíça e na Dinamarca em 2019 e 2020, respectivamente, o desenvolvimento de doença maligna e de câncer colorretal ocorreu em apenas 0,9% a 3,9% dos pacientes, o que evidencia o caráter de complicação relativamente raro. Para alguns fatores de risco, a associação com malignidade está claramente estabelecida (como no caso da azatioprina e dos distúrbios linfoproliferativos ou do câncer de pele), ao passo que, para outros, os dados são limitados. Além do mais, complicações extraintestinais (CEIs) ocorrem em frequência variável de 6% a 47% de acordo com a literatura. Neste relato, observamos a CEI mais frequente na RU, a colangite esclerosante, que ocorre em 2.4% a 7.5% dos pacientes. Estes achados reforçam a importância da pesquisa de outros sistemas para o adequado tratamento das complicações nos pacientes com DII.

    Comentários Finais O tratamento inadequado da DII pode resultar em complicações graves, com danos permanentes ao trato gastrointestinal e aumento do risco de desenvolver câncer colorretal, principalmente no longo prazo. Ademais, os sintomas persistentes e recorrentes afetam negativamente a qualidade de vida do paciente.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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