CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781118
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doenças Anorretais

CISTO EPIDERMÓIDE PERIANAL: RELATO DE CASO

Juliana Chaves
1   Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Hupe/Uerj), Rio de Janeiro – RJ, Brasil.
,
Paulo César de Castro Júnior
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Rodrigo Rego Lins
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Leonardo Machado de Castro
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Patrick Dargains Medrado
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Mariana Maiolino de Olival
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Anna Caroline Coutinho das Neves
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Rodrigo Rocha Rodrigues
› Author Affiliations
 
 

    julianachavesb@gmail.com

    Apresentação do Caso Relatamos o caso do paciente CSM, de 29 anos, do sexo masculino, que apresentava massa indolor na região perianal havia mais de 1 ano, que causava incômodo para deambular e sentar, sem drenagem de secreção, sangramento ou outros sintomas. Ele procurou atendimento em múltiplos serviços, sem resolução do caso. Ao exame físico, observou-se tumoração próxima a margem anal, na região posterior direita, de aproximadamente 5 cm, fibroelástica, móvel, indolor e sem orifício de drenagem. Propôs-se cirurgia de ressecção da lesão para o diagnóstico e alívio sintomático. Observou-se a presença de aderências maiores próximo ao esfíncter anal externo, sem comprometê-lo. Após a retirada, não foram observados sangramento expressivo ou lesões de estruturas aparentes. O aspecto final da lesão mostrava a presença de cápsula fibrosa e conteúdo líquido com debris, compatível com um cisto epidérmico.

    Discussão Cistos epidermoides são lesões cutâneas benignas, de crescimento lento, mais comumente encontradas na face, pescoço e tronco, devido a sua relação com a exposição ao sol. Originam-se do sequestro de remanescentes epiteliais, oclusão de folículos pilonidais ou implantação traumática de elementos epiteliais na derme. São mais comuns nos homens entre a 3ª e 4ª décadas de vida. Os principais fatores relacionados ao seu desenvolvimento são: exposição à radiação solar, infecção pelo HPV, tabagismo e trauma. Especificamente no períneo, ainda foram descritos elementos como traumas menores, pressão e procedimentos cirúrgicos (principalmente episiotomia e biópsias por agulha). Os cistos epidérmicos geralmente são assintomáticos, sendo notados na região perianal, dependendo do seu tamanho, como uma massa móvel e indolor. Se não houver tratamento definitivo, tendem a evoluir para inflamação/infecção, causando dor local. Ocasionalmente, podem também evoluir para carcinoma. Como diagnóstico diferencial temos lipoma, abscesso perianal, cisto pilonidal, teratoma e câncer de pele ou de canal anal.

    Comentários Finais No diagnóstico diferencial, a maior importância clínica é a distinção entre o cisto e o abscesso, pois isso influencia diretamente no sucesso do tratamento. Nos abscessos, somente a drenagem é considerada eficaz no tratamento. Entretanto, no cisto epidérmico, é necessária ressecção completa, incluindo a cápsula, para evitar recidiva. A análise histopatológica é importante para afastar a presença de neoplasia. A recorrência após a excisão total da lesão é baixa, de aproximadamente 3%.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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