CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781146
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doenças Anorretais

FÍSTULAS PERIANAIS: ASPECTOS CLÍNICO-CIRÚRGICOS

Tainah Cristina Saboya de Queiroz Colares
1   Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, Fortaleza – CE, Brasil.
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Nayanne de Azevedo Frota Franklin
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Ricardo Everton Dias Mont’Alverne
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Benjamin Ramos de Andrade Júnior
,
Rejane Corrêa Furtado
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Gabriel Lopes Ponte Prado
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José Nilo de Lima Filho
,
Pedro Robson Costa Passos
› Author Affiliations
 
 

    tainahcsaboya@gmail.com

    Introdução Fístulas anais são uma condição clínica comum na prática da Coloproctologia, caracterizada pela formação de uma comunicação anormal entre o canal anal e a pele adjacente. Contudo, apesar dos avanços significativos no manejo cirúrgico, essa condição permanece desafiadora devido à alta taxa de recidiva e ao potencial de causar incontinência fecal, que dependem, entre outros fatores, da técnica cirúrgica empregada.

    Objetivo Analisar os fatores associados às complicações pós-operatórias e aos desfechos clínicos em pacientes submetidos a fistulotomia, identificando pontos para o aprimoramento terapêutico de modo a melhorar o prognóstico cirúrgico.

    Materiais e Métodos Trata-se de um trabalho transversal, com abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva. A população é constituída por pacientes submetidos a fistulotomias de janeiro de 2021 a dezembro de 2022, com acompanhamento do pós-operatório até janeiro de 2023.

    Resultados Foram realizadas 180 cirurgias em 143 pacientes, havendo pacientes com múltiplas abordagens, seja por recidiva ou fistulotomia com sedenho em vários tempos cirúrgicos. Mediante os critérios de inclusão e exclusão, selecionaram-se 41 pacientes. Cerca de 53,66% (n = 22) das fístulas anais eram transesfinctéricas, 36,58% (n = 15) eram interesfinctéricas, 7,32% (n = 3) eram supraesfinctéricas, e 2,44%(n = 1) eram superficiais. Todos os pacientes passaram por cirurgia, e predominou a fistulotomia em tempo único, com 22 (53,66%) procedimentos, seguida da fistulotomia com sedenho, com 12 (29,27%), da técnica de LIFT, com 5 (12,19%), da fistulectomia por punch, com 1 (2,44%), e do avanço de retalho miomucoso, com 1 (2,44%), o qual foi empregado em conjunto com a técnica de LIFT. Durante o seguimento ambulatorial, 17,07% (n = 7) da amostra teve recidiva. Entre os sem recidiva (n = 34), 5,88% (n = 2) tiveram dor, e 23,52% (n = 8) apresentaram incontinência fecal em graus variados; destes, 25%(n = 2) foram submetidos a fistulotomia com sedenho, e 75% (n = 6), a fistulotomia anal. Pacientes com dor pós-operatória passaram por fistulotomia anal. Entre os recidivantes, 70% foram submetidos à técnica de LIFT.

    Conclusão As taxas de complicação de incontinência fecal estavam dentro do esperado para as técnicas utilizadas. Porém, observou-se elevado índice de recidiva cirúrgica na técnica de LIFT, o que necessita de aperfeiçoamento por parte da equipe cirúrgica. Fistulotomia anal e técnica associada ao sedenho permanecem técnicas seguras em relação à recidiva e à incontinência, mas estudos maiores sobre técnicas poupadoras do esfíncter anal devem ser considerados.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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