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DOI: 10.1055/s-0044-1781277
PNEUMOPERITÔNIO EM PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA DE ALTEMEIER
accoutinhon@gmail.com
Apresentação do Caso Um paciente do sexo masculino, de 79 anos, com doença de Parkinson em tratamento, performance status de 50% pela escala de Karnofsky, apresentava prolapso retal volumoso e irredutível. Optou-se pela abordagem cirúrgica pela técnica de Altemeier. O paciente evoluiu bem no pós-operatório imediato, e recebeu alta hospitalar no segundo dia após o procedimento. No terceiro dia, retornou ao hospital pelo plantão geral apresentando distensão abdominal e êmese em grande quantidade. Foi avaliado pela equipe clínica de plantão, que solicitou uma tomografia computadorizada de abdome, que evidenciou considerável pneumoperitônio e distensão difusa das alças intestinais. Fomos acionados para a avaliação de cirurgia de urgência devido à hipótese diagnóstica de deiscência da anastomose ou lesão de víscera oca. Ao exame físico, apresentava abdome distendido, hipertimpânico, sem sinais de irritação peritoneal. Ao toque retal, a anastomose encontrava-se íntegra. Nesse contexto, foi aventada a possibilidade de pneumoperitônio residual pós-cirúrgico associado a íleo metabólico. O paciente foi reinternado e mantido sob vigilância intensiva e reavaliação seriada. Após 48 horas com sonda nasogástrica em sifonagem, procinéticos regulares e dieta zero, houve eliminação intestinal em grande quantidade e melhora expressiva da distensão abdominal. Manteve-se a conduta conservadora, e não houve necessidade de reabordagem.
Discussão A técnica de retossigmoidectomia perineal, também conhecida como Altemeier, é frequentemente utilizada para pacientes com prolapso retal volumoso e performance status reduzido. No entanto, os relatos sobre possíveis complicações são escassos, principalmente com relação ao pneumoperitônio residual. A baixa necessidade de realização de exames de imagem no pós-operatório imediato desse tipo de cirurgia pode ser um dos motivos da escassez de dados sobre pneumoperitônio residual. Na perspectiva da evolução favorável sob conduta conservadora, a imagem de pneumoperitônio foi creditada à violação da cavidade peritoneal e à posição de Trendelemburg durante o procedimento.
Comentários Finais Por esse ângulo, a conduta conservadora e a avaliação seriada evitaram um procedimento cirúrgico de grande porte em um paciente previamente debilitado, assim diminuindo a morbidade. Portanto, observamos que, descartada deiscência de anastomose e na ausência de irritação peritoneal ou sinais que sejam sugestivos de perfuração de víscera oca, o pneumoperitônio pode estar relacionado à técnica operatória.
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Article published online:
27 February 2024
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