CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673042
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Avaliação retrospectiva de uma coorte de pacientes com idade acima de 70 anos vítimas de TCE tratados em uma única instituição

Leonardo Augusto Wendling Henriques
1   Hospital UNIMED-BH
,
Bruno Victor da Costa
1   Hospital UNIMED-BH
,
Marcus Vinicius Reis de Oliveira
1   Hospital UNIMED-BH
,
Luis Fernando Barbosa Moraes
1   Hospital UNIMED-BH
,
Jair Leopoldo Raso
1   Hospital UNIMED-BH
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Com o envelhecimento da população, o TCE no idoso é um problema cada vez mais frequente. Pacientes com idade acima de 70 anos estão mais expostos ao evento, uma vez que comorbidades neurológicas e clínicas contribuem para a ocorrência de acidentes, especialmente a queda da própria altura.

Objetivos: Analisar as características clínicas e epidemiológicas do traumatismo cranioencefálico em idosos com idade acima de 70 anos, atendidos em um pronto atendimento referência em trauma, na cidade de Belo Horizonte (MG).

Método: Foram analisados os prontuários de 80 pacientes com idade acima de 70 anos, atendidos no ano de 2015, com diagnóstico de TCE. Os seguintes aspectos foram avaliados: idade, sexo, mecanismo do trauma, escala de coma de Glasgow à admissão, uso de antiagregantes plaquetários e/ou anticoagulantes, tipos de lesões traumáticas intracranianas, tempo médio de internação, tipo de tratamento realizado, número de óbitos, recorrência do evento em um período de 5 anos.

Resultados: A maioria dos idosos que sofreu TCE no grupo correspondem a pacientes do sexo feminino (71,25%), entre 70–90 anos (92,5%). O principal mecanismo de trauma é a queda da própria altura, sendo responsável por 87,5% dos casos, sendo a maioria classificada como TCE leve (96,25%). 30% destes pacientes usam antiagregantes plaquetários ou anticoagulantes. 47,5% possuíam alterações na tomografia de crânio e o principal tipo de lesão foi a hemorragia subaracnoide traumática, correspondendo a 31,5% dos casos, seguido do hematoma subdural agudo (28,9%). 12,5% dos pacientes necessitaram de tratamento cirúrgico, a maioria correspondendo a hematoma subdural crônico. A cirurgia mais realizada foi a trepanodrenagem. O tempo médio de internação foi de 18 dias com uma taxa de mortalidade em 30 dias de 3,75%. 21,2% dos pacientes apresentaram uma nova queda dentro de um período de 5 anos.

Conclusão: O TCE no idoso é comum na prática neurocirúrgica, sendo a queda da própria altura o principal mecanismo envolvido no trauma. Apesar da grande maioria dos pacientes cursarem com TCE leve, sem maiores complicações, uma parcela substancial de pacientes necessita de internação e tratamento cirúrgico predispondo o mesmo não só a complicações neurológicas adicionais, mas também clínicas. O fato de 21,2% dos pacientes virem a apresentar novas quedas em um período de 5 anos reforça o papel do médico de orientação e de desenvolvimento de medidas preventivas junto ao idoso e sua família.