Resumo
Introdução Acredita-se que a prevenção de traumatismo cranioencefálico (TCE) possa ser alcançada com campanhas de conscientização sobre medidas de segurança.
Métodos Estudo de coorte, longitudinal, observacional e analítico. Questionários padronizados foram aplicados a estudantes da quarta a sexta série do primeiro grau, antes e imediatamente após a intervenção. Itens sobre hábitos e/ou exposição a TCE foram analisados categoricamente, enquanto conhecimentos teóricos foram avaliados semicontinuamente. Um subgrupo escolhido aleatoriamente foi submetido aos mesmos questionários depois de 9 meses das palestras educacionais.
Resultados Um total de 117 alunos (55 meninas) foram entrevistados inicialmente (4ª [n ¼ 14/117], 5ª [n ¼ 54/117] e 6ª [n ¼ 49/117] séries, com média de idades de 9,8; 10,7; e 11,8 anos, respectivamente). Destes, 22 alunos foram submetidos ao pós-teste tardio (7ª série, 12,7 anos em média). Dos alunos que responderam ao questionário, 37% (43/116) já tinham sofrido e/ou conheciam alguém que sofreu TCE; 58% (18/31) se envolveram em acidentes de trânsito; e 42% (13/31) em acidentes com bicicleta, patins ou skate. Destes, 90,3% fizeram uso eventual ou nunca fizeram uso de proteção durante atividades lúdicas. Foi detectada discrepância significativa entre hábitos de segurança e conhecimento teórico referente ao uso de capacete e cinto de segurança (uso efetivo versus acertos sobre conhecimento de, respectivamente, 37% versus 61% e 70% versus 92%). Na avaliação teórica, houve melhora significativa apenas no quesito sobre a importância do uso de capacete (61% no pré-teste, 72% no pós-teste imediato e 95% no pós-teste tardio).
Conclusão A alta taxa de experiências com TCE somada à significativa discrepância entre hábitos e conhecimentos para evitar traumas salienta a necessidade de implementação de medidas efetivas. A intervenção permitiu aumentar a percepção sobre a importância do uso de capacete, sugerindo efetividade do ponto de vista teórico.
Palavras-chave trauma - acidentes - prevenção