CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672375
Oral Presentation – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Meduloblastoma supratentorial em um adulto: relato de caso

Gustavo Pina dos Santos
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Paciente de 18 anos com história de cefaleia intensa e sonolência com menos de 2 semanas de evolução. Ao exame, apresentava-se sonolento, orientado, sem déficits motores ou sensitivos, sem déficits visuais ou outro déficit neurológico focal. Ressonância magnética (RM) de encéfalo evidenciava lesão expansiva sólido-cística occipital direita medindo 8,2 × 5,2 × 5,0 cm, com captação heterogênea de contraste. Foi submetido à cirurgia com ressecção total da lesão, cujo laudo histopatológico foi meduloblastoma. O laudo imuno-histoquímico revelou tratar-se de meduloblastoma clássico, grau IV da OMS, com Ki-67 > 50%. Seguiu em acompanhamento ambulatorial, tendo realizado quimio e radioterapia. RM realizada 7 meses após evidenciou recidiva tumoral de 5,4 × 5,1 × 5,5 cm, com pequeno componente cístico. Readmitido em Glasgow 15, isocoria fotorreagente, com hemianopsia homônima esquerda, sem outras alterações ao exame neurológico. Submetido à nova cirurgia para ressecção tumoral, sendo realizada lobotomia occipital direita, sem novos déficits no pós-operatório. Realizou novo esquema quimioterápico após a segunda cirurgia e seguiu em acompanhamento ambulatorial, com RM seriadas de 12 e 18 meses após a segunda cirurgia, sem evidência de recidiva ou resíduo tumoral. Nova recidiva tumoral em 21 meses, com lesão parietal direita de 2,5 × 3,0 × 3,3 cm. Submetido à nova abordagem cirúrgica para ressecção total da lesão, mantendo o mesmo diagnóstico histopatológico. Paciente segue sem novos déficits neurológicos, KPS = 100 (Karnofsky performance score) e mRS = 0 (modified Rankin Scale) após 3 anos de doença. Os tumores embrionários representam menos de 3% dos tumores primários em crianças e adolescentes, são incomuns (menos de 0,5%) em adultos e são raros no espaço supratentorial. Trazemos o caso de um paciente adulto jovem com tumor embrionário occipital, configurando caso raro na literatura médica, com evolução clínica incomum. Desde o diagnóstico, já realizou quimioterapia, radioterapia e três cirurgias. RM de neuroeixo não identificou lesões secundárias até o momento, configurando doença controlada.