Importância do uso do micro-Doppler nos acessos endoscópicos à base do crânio: revisão da literatura e relato de dois casos ilustrativos

Introdução: A utilização do micro-Doppler vascular nas cirurgias das regiões selar, suprasselar e parasselar, é parte do arsenal do neurocirurgião. Tal aparato tem se tornado cada vez mais acessível e seu uso é relativamente simples.

Objetivo: Apresentar a experiência com o uso do micro-Doppler através de dois casos clínicos e revisão da literatura.

Método: Descrição de dois casos clínicos de lesões selares/suprasselares, um macroadenoma hipofisário e um craniofaringeoma, enfatizando o acesso endoscópico com utilização do micro-Doppler vascular e seus benefícios. Revisão da literatura quanto à aplicação do recurso, mencionando vantagens e desvantagens.

Discussão: Os acessos endoscópicos endonasais à base do crânio têm evoluído muito, principalmente na última década. Os limites do alcance dos chamados “acessos estendidos”, cada vez mais diminuem. A tecnologia agregada à neurocirurgia tem trazido novas realidades terapêuticas para lesões outrora inacessíveis ou de muito difícil acesso. A realidade brasileira, com a clara escassez de recursos e grande dificuldade de acesso a tais tecnologias, restringe e muito a evolução da endoscopia da base do crânio, principalmente no interior do Brasil. A utilização do micro-Doppler vascular nas endoscopias da base do crânio, principalmente da região da sela túrcica e suas adjacências, tem trazido mais segurança e permitido também ampliar os limites das ressecções. Apresentamos dois casos ilustrativos: a) Um macroadenoma hipofisário com extensão suprasselar e parasselar, operado via endoscópica endonasal com auxílio do micro-Doppler e; b) Craniofaringeoma cístico selar e suprasselar com extensão ao terceiro ventrículo, também operado via endoscópica endonasal com auxílio do método.

Conclusão: A utilização do micro-Doppler nos acessos endoscópicos à base do crânio é factível e comprovadamente aumenta a segurança e a eficiência do procedimento, minimizando os riscos de lesões vasculares maiores, principalmente das artérias carótidas paraclival e parasselar. Amplamente amparado pela literatura, o recurso pode ser empregado nas operações via endoscópica à base do crânio.