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DOI: 10.1055/s-0038-1672494
Estesioneuroblastomas com invasão intracraniana: manejo e abordagem cirúrgica
Publikationsverlauf
Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)
Apresentação: Estesioneuroblastoma é um tumor originário do neuroepitélio olfativo. Com sintomas inespecíficos e de progressão lenta, o diagnóstico costuma ser tardio e com prognóstico restrito. Devido à raridade da doença, o tratamento ainda é bastante discutido, especialmente nos casos com invasão intracraniana. A ressecção craniofacial completa do tumor seguido de radioterapia é o tratamento padrão-ouro atualmente. Porém, a abordagem endoscópica vem sendo cada vez mais indicada, por apresentar vantagens quanto ao acesso à lesão, forma de ressecção e menos complicações pós-cirúrgicas. O objetivo deste estudo é discutir as possíveis abordagens cirúrgicas e as melhores opções de manejo. Apresentamos casos tratados em nosso serviço para ilustrar a discussão. Ambos com quadro clínico inespecífico e classificados como categoria C de Kadish pelo exame de imagem. A escolha pela técnica cirúrgica foi baseada na extensão do envolvimento da cavidade nasal e do componente intracraniano para além das lâminas papiráceas. Um dos casos foi submetido à abordagem tradicional aberta e necessitou de reabordagem cirúrgica por via craniofacial devido à recidiva leucorregional. O paciente submetido à abordagem endoscópica não precisou ser reoperado. Ambos complementaram seus tratamentos com radioterapia.
Discussão: Estudos demonstram que, apesar da impossibilidade de ressecção en bloc da lesão na técnica endonasal, os princípios oncocirúrgicos podem ser aplicados. Com o advento de diferentes técnicas de fechamento da base do crânio por via endonasal, como o flap pediculado do septo nasal, as taxas de fístula liquórica têm praticamente zerado. Em tumores de maiores dimensões, com extensão além das lâminas papiráceas, a associação da endoscopia com a craniotomia têm grandes benefícios. Quando comparado o tempo livre de doença entre o acesso tradicional craniofacial com o acesso endoscópico endonasal, observa-se grande semelhança entre ambos.
Comentários finais: Estesioneuroblastoma é um tumor raro, sem tratamento ideal definido. A escolha quanto à abordagem cirúrgica se baseia na classificação do tumor por meio de escalas de estadiamento, sendo que ainda existem divergências em relação a esta escolha. Apesar de poucos trabalhos na literatura demostrarem o valor prognóstico dos pacientes submetidos às diferentes técnicas, a efetividade da técnica endoscópica tem um futuro promissor na abordagem terapêutica desses pacientes.