CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672524
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hemorragia intratumoral aguda em ependimoma do filum terminalis

Diego Zambonin
1   Hospital Cristo Redentor
,
Luciano Silveira Basso
1   Hospital Cristo Redentor
,
Wanderson Willian dos Santos Dias
1   Hospital Cristo Redentor
,
Otávio Garcia Martins
1   Hospital Cristo Redentor
,
Ericson Sfreddo
1   Hospital Cristo Redentor
,
Felipe Martins de Lima Cecchini
1   Hospital Cristo Redentor
,
André Martins de Lima Cecchini
1   Hospital Cristo Redentor
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente de 64 anos procurou a emergência devido a quadro súbito de lombalgia de forte intensidade associada a piora de paraparesia crural prévia e retenção urinária. Possuía história de lombalgia há 1 ano associada à paraparesia crural leve e progressiva. Ao exame físico apresentava paraparesia crural com predomínio à esquerda (força grau 3 a esquerda e grau 4 a direita), acompanhado de hipoestesia em sela, retenção urinaria, hiporreflexia de membros inferiores e reflexo cutâneo plantar mudo bilateralmente. Tomografia computadorizada de coluna dorsal e lombossacra revelou imagem espontaneamente hiperdensa no centro do canal espinhal no nível L1. Realizada ressonância magnética sem contraste de urgência que evidenciou lesão tumoral nodular intradural com extensão de T12 a L1 com sinal hipoisointenso em T1 e hiperintenso em T2 com área hipointensa intratumoral sugestiva de hemorragia, apresentava, ainda, evidente compressão da cauda equina. Foi indicada laminectomia de urgência, com identificação de lesão tumoral junto ao filum terminalis com hemorragia intracapsular, sendo optado por debulking do hematoma intratumoral seguida de dissecção de raízes adjacentes e ressecção tumoral completa. O anatomopatológico revelou ependimoma mixopapilar. Paciente apresentou melhora do quadro álgico e sensitivo no período pós-operatório, com persistência do déficit motor e retenção urinária. Atualmente, permanece em acompanhamento ambulatorial e em reabilitação motora.

Discussão: A síndrome da cauda equina é uma ocorrência rara, acometendo um paciente para cada 2.000 casos de dor lombar. É considerada uma emergência neurocirúrgica devido à severa morbidade com possibilidade de sequelas motoras e esfincterianas. Na maioria dos casos, sua etiologia é devido à hérnia de disco intervertebral lombar. Menos comumente, trauma, doenças metastáticas e hematomas espinhais podem ser a etiologia da compressão. Há poucos relatos descritos na literatura médica de síndrome da cauda equina devido à hemorragia de ependimoma do filum terminalis ou cone medular.

Comentários finais: Apesar de incomum, ependimomas devem ser considerados no diagnóstico diferencial de lesões tumorais acometendo a cauda equina ou cone medular. Sendo a hemorragia intratumoral uma ocorrência extremamente rara.