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DOI: 10.1055/s-0038-1672562
Série de casos com complicações em descompressão discal percutânea a laser
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A dor lombar discogênica representa um dos mecanismos etiológicos da dor nos transtornos degenerativos de disco lombar. Sua etiologia é parcialmente entendida, com uma hipótese descrevendo a origem da dor a partir de distorção das lamelas do anel fibroso discal decorrente de degeneração do núcleo pulposo, levando à sensibilização de nociceptores na periferia do disco intervertebral, além da já sensibilização por substâncias produzidas nas cascatas inflamatórias (fosfolipase A2, óxido nitroso, interleucina-1 e enzimas da família das metaloproteinases). O tratamento da dor lombar discogênica atravessa uma miríade de tratamentos que se iniciam desde mudanças de hábitos de vida, medicamentos, fisioterapia e procedimentos invasivos. Nos pacientes com apenas protusão discal, sem sintomas neurológicos de déficit (como síndrome de cauda equina) a discoplastia através de descompressão por ablação (usando radiofrequência ou laser de diodo) é uma alternativa minimamente invasiva para tratamento dos pacientes que falharam em obter controle álgico após instituição de tratamento conservador.
Metodologia/Resultados: Apresentamos complicações de procedimentos realizados no ano de 2017 com ablação através de laser de diodo. Realizamos sete procedimentos, com pacientes com idade mediana de 44 anos tratados todos pela mesma equipe de cirurgia de coluna da instituição. A técnica cirúrgica realizada foi punção do disco lombar por via percutânea, guiado por fluoroscopia com paciente recebendo anestesia local. O ponto de entrada no disco é atingido através do triangulo de segurança (de Kambim). Segue-se com passagem de fibra óptica, ligada em gerador de diodo, com produção de luz com comprimento de onda de 980 nm, com três ciclos de 400 J de energia com duração de 40 segundos. Tivemos dois casos (28%) que evoluíram após alta com protusão discal e necessidade de discetomia pela piora importante da dor. Os dois casos tiveram relato de queda da própria altura antecedendo a piora da dor. Um dos casos evoluiu com espondilomielite, tratada cirurgicamente.
Conclusão: Desta forma, apesar do caráter minimamente invasivo e da realização do procedimento desde o final da década de 1990, é de suma importância o conhecimento das complicações possíveis deste tratamento.