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DOI: 10.1055/s-0038-1672823
Avaliação da excitabilidade cortical em pacientes com tumor cerebral
Publikationsverlauf
Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)
Introdução: A estimulação magnética transcraniana navegada (EMTn) tem sido utilizada como uma ferramenta útil no mapeamento cortical pré-operatório de pacientes com tumor cerebral. Além dessa importante função, a EMTn também pode ser utilizada para avaliar a integridade do trato corticoespinhal e esses parâmetros são coletivamente denominados de excitabilidade cortical (EC). Entretanto, pouco se sabe sobre o comportamento da EC nessa população. O objetivo do presente estudo é realizar uma análise descritiva da EC em pacientes com tumor cerebral localizados próximos do córtex motor.
Métodos: A EMTn e a avaliação da EC foram realizadas em ambos os hemisférios cerebrais (sadio e doente) em até uma semana antes da cirurgia. Assim, os dados de 20 hemisférios cerebrais coletados foram: limiar motor de repouso (LMr), potencial evocado motor supralimiar (PEMsupra), inibição intracortical e intervalo curto (IICIC) e facilitação intracortical (FIC).
Resultados: Os pacientes apresentaram as seguintes características: 50,8 ± 13,06 anos de idade, cinco mulheres (50%) e escore mediano na escala Karnofsky Performance Scale (KPS) de 80. Sete pacientes (70%) tinham glioma de alto grau (AG) e 5 (50%) pacientes possuiam déficit motor pré-operatório. O hemisfério doente foi o direito em 6 (60%) pacientes. A análise da EC revelou valores semelhantes do LMr entre os hemisférios cerebrais doentes e sadios (52,4 ± 9,84 vs 49,6 ± 11,97; p = 0,173). Uma tendência de valores maiores de PEMsupra após estimulação a 120% e 140% do LMr nos hemisférios cerebrais doentes foi evidenciada (685,3 ± 626,7 vs 444,4 ± 315,88; p = 0,059 e 1710 ± 2092,56 vs 826,7 ± 416,9; p = 0,074; respectivamente). A IICIC e a FIC foram semelhantes em ambos os hemisférios cerebrais (1,00 ± 0,53 vs 0,99 ± 0,69; p = 0,878 e 2,29 ± 1,38 e 1,92 ± 1,03; p = 0,721; respectivamente). Curiosamente, a ativação ipsilateral de movimentos da mão após a estimulação do córtex de M1 foi observado em 5 (50%) pacientes. Nenhum evento adverso significativo decorrente do uso da EMTn foi observado nesta casuística.
Conclusão: O estudo da EC em pacientes com tumor cerebral foi seguro e forneceu informações valiosas a respeito de aspectos neurofisiológicos do trato corticoespinhal destes sujeitos. Apesar de não ter alcançado significância estatística, o estudo sugere que há diferenças entre os hemisférios cerebrais e doentes e os sadios que poderão ser confirmadas com uma casuística maior.