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DOI: 10.1055/s-0038-1672826
Estudo de mutações nos éxons 7 e 8 do gene Tp53 em glioblastomas multiformes
Publikationsverlauf
Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)
Introdução: O glioblastoma multiforme (GBM) é a neoplasia mais maligna do SNC, apresentando grau de malignidade IV. Como ocorre em outros tumores, os GBMs são o resultado do acúmulo de alterações genéticas que modificam o controle do crescimento e da diferenciação celular. Entre os genes que participam desse processo, o produto do gene Tp53 é considerado uma molécula chave. Mutações no gene Tp53 têm sido associadas ao desenvolvimento e progressão dos mais diversos tumores.
Objetivos: Estudar a frequência de mutantes do Tp53 e os sítios de mutação nesse gene em GBMs de pacientes submetidos à intervenção cirúrgica, assim como determinar alterações ao longo do genoma de GBMs em relação as células normais.
Método: As amostras de tumores foram obtidas de 10 pacientes com idade entre 38 e 68 anos submetidos à cirurgia intracraniana (craniotomia e/ou biópsia estereotáxica) em instituições hospitalares do RS. Os pacientes foram intervindos com técnica microcirúrgica, sendo ressecado o tumor para descompressão cerebral e, posteriormente, extração de DNA. As amostras retiradas dos mesmos foram submetidas a análises em três serviços de diagnóstico patológico, sendo escolhidas aquelas que não apresentaram discrepâncias nos diagnósticos anatomopatológicos.
Resultados: A ocorrência de mutações na região central do gene Tp53 em dez GBMs mostrou uma frequência de 70% de mutações nos éxons 7 e 8, predominantemente transversões, que levam à alteração de aminoácidos em códons de importância na ligação p53/DNA, que são considerados “hotspots” mutacionais. Além disso, a frequência de avaliações no genoma através de marcadores RAPD encontrou correlação entre a presença de alterações no Tp53 e o número de alterações no genoma, indicando a participação do gene Tp53 no reparo de DNA conforme conhecido.
Conclusão: Considerando a expressiva incidência do GBM, 5 a 10 casos por 100.000 habitantes, bem como a alta malignidade desse tumor, a utilização de um método que pudesse modificar as mutações dos éxons 7 a 8 seria importante para prevenir a ocorrência de novos casos dessa neoplasia e melhorar o prognóstico de pacientes. Para isso, vem sendo estudada uma nova ferramenta de edição de genoma chamada CRISPR/Cas9 que poderá auxiliar na interrupção dessas mutações gênicas e tornar a resposta à quimioterapia e à radioterapia mais efetiva.