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DOI: 10.1055/s-0038-1673029
Traumatismo cranioencefálico por projétil de arma de fogo na população pediátrica: identificação de fatores de risco
Publikationsverlauf
Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)
Introdução: O trauma cranioencefálico (TCE) é o principal motivo de morte entre pacientes neuropediátricos, sendo responsável por cerca de 50% dos óbitos entre adolescentes. Entre as causas estão as quedas, atropelamentos, acidentes automobilísticos, agressões e projéteis de arma de fogo (PAF), essas representando cerca de 20% desses casos. O TCE por PAF incorpora lesões diferentes: pneumoencéfalo, hematomas intra e extra-axiais, contusão, hemorragia intraventricular, infarto isquêmico e edema cerebral. A literatura reforça que a Escala de Coma de Glasgow (ECG) da admissão e a trajetória do projétil apresentam-se como principais fatores prognósticos.
Objetivos: Identificar fatores prognósticos relacionados ao TCE por PAF.
Métodos: Os dados de 40 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico no período 2010–2017 em nossa instituição foram analisados descritivamente através de frequências absolutas e percentuais para as seguintes variáveis: idade, sexo, localização e trajetória do PAF, ECG Admissao, alterações tomográficas e Glasgow Outcome Scale na alta (GOS). Foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson ou o teste Exato de Fisher. Os dados foram digitados na planilha EXCEL e o programa utilizado para obtenção dos cálculos estatísticos foi o IBM SPSS na versão 23.
Resultado: 91,7% da amostra sexo masculino, a idade variou de 8 a 17 anos, a região frontal foi o local de entrada da bala mais frequente, com 44,4% seguido da regiao parietal 30,6% e occipital 22,2%; trajetória penetrante em 47,2%, perfurante/transfixante em 38,9% e tangencial em 13,9%. Foram identificadas as seguintes alterações tomograficas: afundamento (77,8%), contusão cerebral (38,9%) e HSAt (36,1%); ECG Admissão 3–8 pontos foi verificado em 52,8% dos pacientes, 9 a 12 em 5,6% e 41,7% de 13 a 15. Desfecho desvaforável com GOS de 1 e 2 foi observado em 47,2% dos pacientes, dos quais 27,8% foram a óbito; e 52,8% foram classificados na categoria 3 a 5 na GOS.
Conclusão: Dos resultados analisados, observou-se que ECG Admissão foi única variável a apresentar associação significativa (p < 0,05, OR igual a 6,72 ) com o GOS na alta e, para a referida variável se observou que o percentual com desfecho ruim ou pobre (1 a 2) foi mais elevado entre os que classificados com ECG na admissão de 3 a 8, configurando 73,7% versus 29,4% que tinham pontuaram 9 a 15 na admissão, compatível com a literatura.