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DOI: 10.1055/s-0038-1673042
Avaliação retrospectiva de uma coorte de pacientes com idade acima de 70 anos vítimas de TCE tratados em uma única instituição
Publikationsverlauf
Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)
Introdução: Com o envelhecimento da população, o TCE no idoso é um problema cada vez mais frequente. Pacientes com idade acima de 70 anos estão mais expostos ao evento, uma vez que comorbidades neurológicas e clínicas contribuem para a ocorrência de acidentes, especialmente a queda da própria altura.
Objetivos: Analisar as características clínicas e epidemiológicas do traumatismo cranioencefálico em idosos com idade acima de 70 anos, atendidos em um pronto atendimento referência em trauma, na cidade de Belo Horizonte (MG).
Método: Foram analisados os prontuários de 80 pacientes com idade acima de 70 anos, atendidos no ano de 2015, com diagnóstico de TCE. Os seguintes aspectos foram avaliados: idade, sexo, mecanismo do trauma, escala de coma de Glasgow à admissão, uso de antiagregantes plaquetários e/ou anticoagulantes, tipos de lesões traumáticas intracranianas, tempo médio de internação, tipo de tratamento realizado, número de óbitos, recorrência do evento em um período de 5 anos.
Resultados: A maioria dos idosos que sofreu TCE no grupo correspondem a pacientes do sexo feminino (71,25%), entre 70–90 anos (92,5%). O principal mecanismo de trauma é a queda da própria altura, sendo responsável por 87,5% dos casos, sendo a maioria classificada como TCE leve (96,25%). 30% destes pacientes usam antiagregantes plaquetários ou anticoagulantes. 47,5% possuíam alterações na tomografia de crânio e o principal tipo de lesão foi a hemorragia subaracnoide traumática, correspondendo a 31,5% dos casos, seguido do hematoma subdural agudo (28,9%). 12,5% dos pacientes necessitaram de tratamento cirúrgico, a maioria correspondendo a hematoma subdural crônico. A cirurgia mais realizada foi a trepanodrenagem. O tempo médio de internação foi de 18 dias com uma taxa de mortalidade em 30 dias de 3,75%. 21,2% dos pacientes apresentaram uma nova queda dentro de um período de 5 anos.
Conclusão: O TCE no idoso é comum na prática neurocirúrgica, sendo a queda da própria altura o principal mecanismo envolvido no trauma. Apesar da grande maioria dos pacientes cursarem com TCE leve, sem maiores complicações, uma parcela substancial de pacientes necessita de internação e tratamento cirúrgico predispondo o mesmo não só a complicações neurológicas adicionais, mas também clínicas. O fato de 21,2% dos pacientes virem a apresentar novas quedas em um período de 5 anos reforça o papel do médico de orientação e de desenvolvimento de medidas preventivas junto ao idoso e sua família.