Relato de caso: hematoma extradural agudo frontoparietal com lesão do seio sagital superior

Apresentação do caso: paciente de 32 anos, sexo masculino, vítima de colisão entre duas motocicletas sem capacete há dois dias no interior de Minas Gerais, foi transferido para Belo Horizonte-MG e deu entrada no hospital intubado, com Escala de Coma de Glasgow 7t (abertura ocular: 1, resposta verbal: 1t e resposta motora: 5), pupilas isocóricas e fotorreativas, hemiplegia e sinal de Babinski positivo à esquerda. Foi submetido à tomografia computadorizada (TC) de crânio que evidenciou extenso hematoma extradural agudo frontoparietal à direita com maior diâmetro de 5cm e desvio da linha média de 2cm. Havia também fratura linear parietal direita contínua com fratura diastásica na sutura coronal cruzando a linha média. O paciente foi levado ao bloco cirúrgico e submetido à craniotomia para drenagem do hematoma. Durante o ato operatório foi identificada uma lesão no seio sagital superior e em um ramo da artéria meníngea média. Após a drenagem e revisão da hemostasia, a dura-máter foi preenchida com soro fisiológico através de uma pequena incisão e ancorada às bordas ósseas com fio de polipropileno. Em seguida, o subcutâneo foi fechado com fio de poliglactina, a pele com fio de nylon e o osso com placas e parafusos de titanium. No pós-operatório o paciente foi encaminhado ao cti e recebeu alta hospitalar no décimo dia com Glasgow Outcome Scale de 5.

Discussão: Hematomas extradurais (HED) se caracterizam por sangramento no espaço potencial entre a dura-máter e o crânio. Tal lesão é uma grave complicação dos traumatismos cranioencefálicos, atingindo em sua maioria adultos jovens vítimas de acidentes de trânsito, quedas e agressões físicas. Em decorrência do efeito compressivo do HED, há manifestação de sinais e sintomas tais como alterações do nível de consciência, cefaleia, vômitos, convulsões, afasia e hemiplegia. O sangue peridural produz uma imagem biconvexa na TC, que é o exame de escolha para avaliação e possibilita o diagnóstico. O tratamento indicado quando há sinais neurológicos focais é a craniotomia para evacuação do sangue colecionado. Este paciente apresentava sinais de gravidade como grande volume do hematoma, desvio da linha média e déficits neurológicos, portanto foi necessário o esvaziamento cirúrgico com urgência.

Comentários Finais: Em suma, o presente caso evidenciou extenso HED devido à lesão do seio sagital superior e demonstra a urgência na realização da cirurgia, evitando assim lesões cerebrais irreversíveis ou morte por hérnia cerebral.