CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673184
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estudo retrospectivo de uma série de casos de aneurismas cerebrais em um hospital do norte do Paraná

Luis Guilherme Scaliante
1   Irmandade Santa Casa de Londrina
,
Sérgio Murilo Georgeto
1   Irmandade Santa Casa de Londrina
,
Marcelo Lourenço Haddad
1   Irmandade Santa Casa de Londrina
,
Anderson Luiz de Paula
1   Irmandade Santa Casa de Londrina
,
Igor Andrade Vasconcelos
1   Irmandade Santa Casa de Londrina
,
Vinicio Manella Pimentel
1   Irmandade Santa Casa de Londrina
,
Karen Barros Parron Fernandes
1   Irmandade Santa Casa de Londrina
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Aneurisma cerebrais são lesões vasculares com incidências de 2 a 3%, podem ser saculares ou fusiformes, classificados com pequenos, médios, grandes ou gigantes; e ainda divididos em aneurismas de circulação anterior ou posterior. São múltiplos em 10 a 26% dos casos.

Objetivo: O objetivo do artigo é avaliar retrospectivamente uma série de casos de paciente com diagnóstico de aneurisma cerebral em um hospital da região norte do Paraná.

Materiais e métodos: estudo retrospectivo de uma série de casos de pacientes submetidos a angiografia cerebral com suspeita de aneurisma cerebral, entre janeiro de 2016 e abril de 2018, em um hospital do norte do Paraná, afim de analisar fatores predisponentes para ruptura desses aneurismas.

Resultados: Foram identificados 110 pacientes submetidos a angiografia cerebral para diagnóstico de aneurisma cerebral no período, sendo 74 do sexo feminino (67,3%). No geral, foram diagnosticados 158 aneurismas, com total de 35 casos múltiplos (31,8%). De todos os pacientes, 65 haviam apresentados sinais clínicos e/ou tomográficos de ruptura de aneurisma (59,1%). Embora tenha-se observado maior prevalência de aneurismas no gênero feminino, verificou-se maior prevalência de aneurismas rotos no gênero masculino (Teste Exato de Fisher, p=0,007). Em relação a idade, dividiu-se em quatro faixas etárias: menor ou igual a 30 anos, entre 31 e 50, entre 51 e 70 e maiores que 71 anos. A maioria dos pacientes encontravam-se entre 51 e 70 anos (60% do total). A taxa de ruptura foi menor após os 70 anos (27,3% dos casos), porém não se observou diferença estatística na prevalência de aneurismas rotos quanto as faixas etárias (Teste do Qui Quadrado, p>0,05). Quanto a localização, a maioria dos aneurismas – 62% – localizavam-se na circulação anterior, 34,2% nas artérias da circulação posterior e 3,8% dos exames foram inconclusivos. Notou-se que os aneurismas com maiores taxas de ruptura foram aqueles localizados nas artérias pericalosa (ramo da ACA) – 100% -, PICA (ramo da artéria vertebral) – 100% -, AComA – 84,2%, ACP – 75% e artéria vertebral – 75%, enquanto as menores taxas foram observadas naqueles da ACI (21,1%).

Discussão: Condizente com a literatura atual, a maioria dos casos de aneurismas são diagnosticados em mulheres, entre 51 e 70 anos de idade e na circulação anterior. Tais dados podem nos auxiliar na decisão quanto ao melhor tratamento a ser proposto, levando em consideração a história natural e riscos de rupturas dos mesmos.