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DOI: 10.1055/s-0038-1673189
Fistula dural arteriovenosa: relato de caso e revisão de literatura
Publikationsverlauf
Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)
Introdução: Paciente A.A.S., masculino, 55 anos, com história de cefaleia hemicraniana direita intensa, de início súbito e seguida de síncope. Encaminhado ao Pronto Atendimento e na avaliação inicial apresentava regular estado geral, GCS 15, sem déficits neurológicos queixando-se de persistência da cefaléia na região fronto-temporal direita. Tomografia de crânio de admissão evidenciou hematoma cerebral intraparenquimatoso em polo temporal medindo 2,6x1,8cm à direita, associado a hematoma subdural fronto-temporal ipsi-lateral. Após internação foi submetido a angiografia cerebral que identificou fístula dural carótido-cavernosa à direita com dilatação sacular aneurismática associada à ectasia da veia facial e shunt através da artéria carótida externa (ACE) (necessário especificar). Em função da estabilidade do quadro clínico, dos achados tomográficos nos exames de controle e características angiográficas optou-se pelo tratamento conservador com plano de reavaliação ambulatorial em quinze dias e novo estudo angiográfico em sessenta dias. Na primeira reavaliação ambulatorial paciente apresentava-se em bom estado geral, sem déficits neurológicos e sem recorrência dos sinais e sintomas prévios.
Discussão: As fístulas durais arteriovenosas constituem patologias raras com incidência de aproximadamente 0.16 a 0.29/100.000 habitantes ano e correspondem a cerca de 7% das malformações vasculares intracranianas. Podem se manifestar com quadro clínico variável, incluindo cursos benignos com involução espontânea até quadros agressivos e grande morbimortalidade. Quando sintomáticas, as fístulas durais arteriovenosas apresentam um amplo espectro de manifestações clínicas. A adequação do tratamento deve ser baseada na história natural, quadro clínico, classificação angioarquitetônica e topográfica. Inclui desde abordagens clínicas conservadoras até intervenções cirúrgicas, endovasculares transarteriais/transvenosas e radiocirurgia estereotáxicas. O presente caso apresenta um paciente com evolução clínica aguda, mas com curso benigno e autolimitado permitindo um tratamento conservador com reavaliações clínicas e angiográficas periódicas.
Comentários finais: A raridade desta patologia ainda permanece como fator limitante para o desenvolvimento de estudos clínicos randomizados que avaliem as diferentes modalidades terapêuticas e desfechos clínicos, entretanto a evolução contínua dos métodos diagnósticos e de tratamento permitiram considerável melhora no prognóstico dos pacientes.