Resumo
A paralisia obstétrica é classicamente definida como a lesão do plexo braquial decorrente
da distócia de ombros ou das manobras executadas no parto difícil. Nas 2 últimas décadas,
vários estudos comprovaram que metade dos casos de paralisia obstétrica não estão
associados à distócia de ombros e levantaram outras possíveis etiologias para a paralisia
obstétrica. O objetivo do presente trabalho é colher dados da literatura de revisão,
artigos clássicos, sentinelas e da medicina baseada em evidências para compreender
melhor os eventos envolvidos na ocorrência de paralisia obstétrica. Foi realizada
uma revisão da literatura no motor de busca da PubMed (MeSH - Medical Subject Headings)
com as seguintes palavras-chave: shoulder dystocia and obstetric palsy, completamente aberto, sem limites de língua ou data. Posteriormente, definimos como
critério de inclusão artigos de revisão. Encontramos 21 artigos de revisão com associação
dos temas descritos até 8 de março de 2018. Frente às melhores evidências existentes
até o momento, está bem demonstrado que a paralisia obstétrica ocorre em partos não
complicados e em partos cesáreos, e são múltiplos os fatores que podem causá-la, relativizando
a responsabilidade de médicos obstetras, enfermeiras e parteiras. Procuramos, com
o presente estudo, quebrar os paradigmas de que paralisia obstétrica se associa obrigatoriamente
à distócia de ombros e que a sua ocorrência necessariamente implica em negligência,
imperícia ou imprudência da equipe envolvida.
Palavras-chave
paralisia obstétrica - ombro - distocia - traumatismos do nascimento