Resumo
Objetivo Dados experimentais ultrassonográficos sugerem que o estresse oxidativo desempenha
um papel importante na patogênese das tendinopatias. No entanto, essa hipótese permanece
especulativa em humanos, dado que faltam dados clínicos para comprová-la. Recentemente,
uma nova metodologia permitiu quantificar o estresse oxidativo in vivo medindo a concentração de hidroperóxidos de compostos orgânicos, que tem sido utilizada
como um marcador relacionado ao estresse oxidativo em várias condições patológicas
e fisiológicas. Dada a confiabilidade desse teste e a falta de informação em sujeitos
com tendinopatias, o objetivo do presente estudo foi avaliar o status de estresse
oxidativo em jogadores profissionais de elite com e sem características ultrassonográficas
de dano tendinoso.
Métodos Em 73 jogadores de elite foram avaliados parâmetros metabólicos e o estresse oxidativo
foi medido por meio de um teste específico (expresso como unidades U-Carr). Por isso,
foi realizada uma avaliação ultrassonográfica dos tendões de Aquiles e patelar.
Resultados Não foram observadas relações significativas entre parâmetros metabólicos e biomarcadores
de estresse oxidativo. Os tendões de Aquiles e patelar mostraram um padrão ecográfico
normal em 58 atletas, e anormalidades ultrassonográficas em 15. Os atletas com alterações,
em comparação com aqueles com quadro normal, apresentaram níveis significativamente
mais elevados de U-Carr (p = 0,000), índice de massa corporal (IMC) (p = 0,03) e eram mais velhos (p = 0,005). A diferença nos valores de U-Carr entre os sujeitos permaneceu significativa
também após ajuste por idade e IMC.
Conclusão Os resultados deste estudo corroboram a hipótese de que as substâncias oxidativas,
também aumentadas a nível sistêmico e não apenas a nível local, podem favorecer danos
no tendão.
Nível de Evidência IV (estudo piloto).
Palavras-chave
tendão de Aquiles - futebol - estresse oxidativo - tendão patelar - ultrassonografia